27.

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_Como foi seu dia?_ perguntei para Ruan enquanto íamos caminhando para o meu apê.

_Cansativo._ ele deixou uma respiração pesada sair e jogou os ombros como se estivesse tentando relaxar._ Chavier me demitiu hoje e eu não sou mais o advogado empresarial dele.

_Nossa, Ruan!_ lembrei de como o Chavier entrou na empresa hoje e como ele parecia zangado._ Hoje ele estava transtornado. O que foi que aconteceu?

_Acho que foi eu o motivo da agressividade dele._  entramos no prédio e Ruan apertou o botão do elevador._ Lembra que eu te pedi que não aceitasse trabalhar para o Chavier?

_Lembro. O que isso tem haver?

_Elisa me indicou para ser advogado do pai, mas ela tinha intenção que eu ficasse de olho nos negócios da empresa. Ela cisma que Chavier estava envolvido com políticos corruptos e teme que isso afunde a empresa que era da mãe dela antes de falecer. Então, Chavier desconfiou que eu estava procurando por algo mais hoje e me demitiu.

_Ruan, como você foi se envolver nisso? Esse homem é muito poderoso, ele pode fazer algo contra você. _ falei preocupada. O elevador chegou e entramos nele, apertei o andar do meu apartamento e senti o elevador subir.

_Ele não sabe que eu estava procurando por alguma ligação dele com políticos, ele apenas desconfiou que eu estivesse descobrindo que tem algo estranho por causa de um documento que a secretaria dele entregou errado para mim, então ele logo me demitiu. O ruim é que eu não consegui nada para a Elisa. Eu sei que tem coisa errada na empresa, mas não tive acesso a provas.

_Eu sinto muito pela Elisa, mas estou aliviada que você não trabalhe mais lá._ a porta do elevador abriu e saímos._ Quero nem imaginar os segredos obscuros que esse cara carrega para conseguir manter segredo sobre os podres da empresa dele.

Abri a bolsa e procurei a chave do meu apartamento em meio as minhas coisas, minha bolsa estava uma verdadeira bagunça então demorei um pouco para encontrar a chave.

_Não se preocupe, amor. Eu fui discreto._ ele me deu um beijo na testa._ fico feliz que tenha decidido abrir sua própria agência de publicidade.

Eu sorri, também estava feliz por isso. Peguei a chave que estava debaixo da minha maquiagem e coloquei na fechadura.

_Estou tão ansio..._ as palavras fugiram da minha boca quando eu descobri que minha porta estava aberta. Quando eu peguei na maçaneta a porta se abriu sem precisar passar a chave._ Ruan? Eu fechei a porta ao sair hoje.

_Ela estava aberta?_ ele passou pela porta na minha frente e eu fui atrás. Tudo parecia estar no lugar, menos um porta retrato com uma foto minha e de Ruan que estava estilhaçado no chão._ Pegue suas coisas, você não vai ficar aqui.

_Ruan, eu devo ter esquecido de fechar a porta e o quadro estava mal pendurado, o pessoal da portaria nunca deixaria alguém entrar aqui e só eu tenho as minhas chaves._ falei mais para convencer a mim mesma porque eu estava assustada.

_Arruma algumas coisas suas._ ele virou para a porta e me olhou preocupado._ você só volta para cá depois que me mostrarem todas as imagens da segurança e eu ter certeza que foi apenas um descuido.

Concordei e fui para o quarto pegar algumas roupas. Pelo olhar de Ruan ele estava pronto para meter processo em quem quer que fosse responsável pela possível invasão no meu apê. Eu também não iria consegui dormir aqui sem saber se foi eu que fui descuidada ou se alguém veio aqui de fato.

Arrumei uma bolsa grande com algumas roupas e uma bolsa pequena com alguns itens de higiene pessoal que eu não tinha na casa de Ruan como absorventes, por exemplo.

Ruan entrou no quarto e me puxou para um abraço e senti que o corpo dele estava tenso como se ele tivesse descoberto algo que não gostou.

_O que houve, Ruan? O que foi que te falaram?_ ele passou a mão em meu rosto para me acalmar.

_Só você tem a chave daqui Luísa?_ acenei concordando. Eu nunca dei a chave daqui pra ninguém._ O pessoal da portaria falou que Vicente esteve aqui e como você não comunicou que ele estava proibido de subir eles deixaram pensando que ainda eram noivos.

Eu nunca dei a chave do meu apartamento para o Vicente, mas eu realmente esqueci de comunicar porque não vi nenhum perigo nisso.

_Ele não tem a minha chave. Como ele conseguiu entrar aqui e por quê?_ falei com a voz alterada pelo susto.

_Não quero nem imaginar o porquê. _ Ruan passou as mãos pelos cabelos e me apertou mais no corpo dele._ Vamos. Você não volta mais para cá. Cuidaremos da sua mudança essa semana.

_Eu vou ficar sem casa?_ questionei e Ruan me encarou como se eu tivesse falando uma grande bobagem._ Eu gosto de ter a minha casa.

_Você vai para a minha, mas se preferir podemos procurar um outro apartamento para você, mas para cá você não volta. Enquanto isso você fica comigo._ Ruan pegou minhas bolsas do chão. Eu abri a boca para protestar mas ele logo deu as costas deixando claro que não tinha a menor possibilidade de eu permanecer aqui. Deixei uma respiração pesada sair e aceitei que o melhor a fazer era não discutir mais sobre isso.

Ruan deixou claro para os funcionários com toda sua linguagem de advogado que ele processaria cada um que deixasse Vicente o qualquer outra pessoa subir para o meu apartamento.

Fomos para o carro dele e vi que ele estava nervoso, mas tentava transparecer que não. Ele dirigiu em silêncio e isso estava me matando. Vi que as pontas dos dedos dele estavam brancas pelo aperto no volante.

_Ruan, para esse carro._ ele não ligou e continuou dirigindo em uma velocidade consideravelmente alta._ Ruan, é você quem está me assustando agora. Estaciona esse carro!

Ele soltou um suspiro pesado e procurou uma vaga para estacionar. Assim que o carro parou, eu saí batendo a porta com força. Minhas mãos estavam tremendo e meu coração estava quase para sair pela boca.

Os braços de Ruan envolveram minha cintura e me puxou para um abraço. As lágrimas desceram pela minha face quando eu consegui ficar um pouco mais calma.

_Me desculpa, meu amor. Desculpa. Eu não consegui lidar com a possibilidade desse cara está intencionado a fazer algo contra você._ eu também estava chocada com isso, Vicente tinha inúmeros defeitos mas, tirando a forma como ele me enfrentou na boate, ele nunca tinha feito nada contra mim.

_Só vamos manter a calma, tá bom. Nada aconteceu e eu estou aqui com você._ ele limpou meu rosto e beijou onde as lágrimas molharam, depois depositou vários selinhos nos meus lábios.

_Nós vamos tomar todas as providencias para ele não chegar perto de você, eu prometo._ ele tomou meus lábios em um beijo lento deixando meu corpo mais calmo.

_Eu amo você, Ruan.

_Eu te amo mais, meu jasmim._ eu gostei do apelido._ vou te proteger, eu juro.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora