24-Ruan.

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Acabamos saindo do apartamento de Luísa para almoçar em um restaurante e só depois de parar numa farmácia para comprar preservativos e a pílula do dia seguinte é que seguimos viagem até campinas.

A cara da balconista quando eu coloquei vários pacotes de preservativo sobre o balcão fez Luísa corar e eu mordi o lábio para não rir. Depois de ontem, eu preferia sentir Luísa sem usar nada, mas eu tinha que respeitar que ter um filho agora não era prioridade na vida dela.

Se bem que, uma menina loirinha com olhos verdes parecida com a mãe e com os bracinhos rechonchudos correndo pela casa ao meu encontro fazia eu ficar bobo. Eu nunca tive um pai, mas eu faria de tudo para ser um ótimo pai para meus filhos.

Seguimos para Campinas e durante a viagem fiz muitas piadas sem graça só para admirar o sorriso lindo de Luísa. O brilho que o sorriso causava em seus lindos olhos verdes era algo que eu almejava manter para sempre.

Quando chegamos na casa da minha mãe, ela deixou seus inseparáveis vasos de plantas que estava mexendo e veio nos abraçar. Ver as duas mulheres da minha vida conversando abertamente no sofá da sala era lindo demais e tive que limpar a baba que escorreu no canto da boca.

_Ruan, querido?_ minha mãe estalou a mão na minha frente e Luísa deu um risinho. Olhei para ela confuso ao sair do transe enquanto eu admirava as mulheres mais lindas._ Eu estava falando que eu quero que você conheça alguém hoje. Tudo bem?

_Como é dona Carla?_ fiquei enciumado ao pensar que minha mãe estivesse com algum homem e agoniado pela possibilidade de algum mal caráter fazer ela sofrer._ Me explica direito isso? Conhecer quem?

Luísa passou a mão em meus braços em um pedido silencioso para eu ir com calma. Eu nunca vi minha mãe namorar e agora eu não estava sabendo lidar com a possibilidade de ver ela namorando.

_Uma pessoa muito especial que vem jantar conosco e eu quero que vocês dois conheçam._ passei a mão na barba em um movimento nervoso e me acalmei ao ver o sorriso da Luísa. Minha mãe pegou na minha mão e me fitou com os olhos castanhos iguais os meus._ Nós nos conhecemos há um mês e resolvemos assumir namoro.

_ Não sei o que dizer, mãe... Eu não posso mandar em você, mas eu me preocupo com a sua felicidade._ ela sorriu para mim e os olhos dela ficaram marejados com as minhas palavras.

_Eu estou feliz, filho. Mas, não vou falar mais nada, você só vai conhecer hoje a noite, então, poderá ver com os próprios olhos o que eu estou te dizendo._ acenei com a cabeça aceitando a condição. Eu não sei se eu estava pronto para dividir minha mãe com alguém e eu estava me sentindo um garotinho ciumento por reagir assim._ Agora, eu vou preparar o jantar. Fiquem a vontade.

Minha mãe saiu para a cozinha e Luísa me encarou sorrindo, ela estava zoando de mim da maneira que eu reagi. Soltei uma respiração pesada e deixei que os ombros caíssem, puxei Luísa pela mão para cima do meu colo no sofá. Sua aproximação me permitiu que eu sentisse o cheiro de jasmim no pescoço dela e ela tremeu em meu colo.

_Não ri de mim, amor.

_É tão linda sua expressão de menino ciumento._ ela zombou._ OK. Eu também teria ciúmes da minha mãe.

_Um ponto para mim, então. Obrigado!_ puxei seus lábios para os meus. Sempre que eu podia eu mordia seu lábio inferior porque era o que eu sempre queria fazer no corpo dela. Passei a mão na cintura dela e apertei.

_Vamos, eu quero ajudar sua mãe no jantar._ ela disse ruborizada quando separou nossos lábios.

_Tudo bem. Vamos lá, senão eu vou ficar tentado em foder você aqui nesse sofá._ sussurrei no ouvido dela e deixou um pequeno gemido escapar que surtiu efeito no meu pau. Ter Luísa debaixo de mim revirando os olhinhos verdes de prazer é o meu paraíso na terra e quero isso todo momento.

Demos mais um beijo e Luísa levantou me dando a visão perfeita da sua bunda empinada na calça que ela estava usando.

Entramos na cozinha e fiquei mais uma vez admirando as mulheres da minha vida conversando e sorrindo. Ajudei também é claro. Cozinhar sempre foi algo que eu fiz para esquecer dos problemas, era como uma terapia.

Aprendi a cozinhar observando a minha mãe no trabalho quando ela me levava por não ter onde me deixar e eu conheci a Luísa quando minha mãe foi trabalhar na lanchonete da Sra Letícia em Santos.

_Não fique tentado a salgar a comida, amor._ Luísa brincou e as duas caíram na gargalhada.

_hum. Ótima ideia. Por acaso você tem pimenta aí, mamãe?_ as duas riram mais alto.

Depois que acabamos o jantar, levei Luísa para meu antigo quarto de quando eu vim morar aqui com ela logo que eu consegui comprar a casa para ela. O quarto ainda estava arrumado com algumas coisas minhas como alguns porta retratos que minha mãe insistia espalhar pela casa. Algumas eram recentes, mas tinha fotos antigas que eu não queria que estivessem no alcance de Luísa.

_Olha essa aqui. Acho que eu lembro desse dia._ Luísa falou enquanto pegava um porta retrato que eu estava vestido para jogar basquete e era da época da escola. Nesse tempo, eu ainda era só amigo de Luísa, mas na verdade sempre gostei dela.

_Foi no dia que o nosso time perdeu feio para o time dos garotos do outro bairro._ Luísa começou a rir.

_Sim. Leandro ficou tão aborrecido nesse dia.

Tirei o porta retrato da sua mão e puxei ela para um beijo. Eu não queria que ela ficasse vendo minhas fotos desengonçadas que minha mãe insistia em manter, embora eu admirasse seu sorriso enquanto ela via cada uma delas.

_Vamos nos arrumar, querido. Não demora o namorado da sua mãe chega._ fiquei tenso ao lembrar desse detalhe._ Pega leve com ele, tá bom? Você está parecendo um pai quando a filha adolescente começa a namorar.

_Quando nossa filha começar a namorar, eu vou ser um pai muito ciumento._ os olhos de Luísa brilharam com as minhas palavras e eu me dei conta que nós ainda não havíamos conversado sobre o futuro.

_Você pretende ter filhos comigo?_ ela perguntou sorrindo. Depositei um beijo em seus lábios antes de responder.

_O que acha de uma casa cheia de filhotes?_ Luísa sorriu do meu exagero.

_Para mim, um menino com olhos cor de mel e cabelos castanhos parece uma boa ideia._ Luísa queria ter um bebê que fosse minha cópia, pelo que entendi.

_Pode ser. Vou ensina-lo a pegar todas as meninas._ brinquei e segurei o riso ao ver a cara emburrada de Luísa.

_De jeito nenhum.

Começamos a rir quando nos demos conta que estávamos conversando como se já tivéssemos filhos. Peguei em suas mãos e levei aos meus lábios. Seu sorriso foi sumindo dando lugar a um olhar mais intenso.

Falar sobre filhos com Luísa foi algo que fez eu querer que ela soubesse o quanto eu a queria na minha vida para sempre. A vida me tomou ela um dia, mas trouxe na hora exata. Eu já havia perguntado porque o destino tinha trago ela de volta para mim, hoje eu já tinha a resposta: na natureza, todos encontram seu par e Luísa voltou para minha vida porque ela é o meu par. Sempre foi e sempre vai ser.

_Eu amo você, Luísa. De verdade, amo muito._ deixei meus sentimentos saírem para fora e uma lágrima caiu dos olhos dela antes que ela me desse um beijo. Tomei seus lábios com mais vontade ainda. Deixar que ela soubesse o que eu sentia pareceu me deixar ainda mais aberto para ela.

_Eu te amo, Ruan. Sempre te amei e sempre vou te amar._ meu coração pulou uma batida quando ela deixou que eu soubesse o que ela sentia.

Tomei seus lábios mais uma vez e joguei ela na minha cama. Dane-se o jantar, eu teria minha mulher antes.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora