13.

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Quinta e sexta foram os dias que eu tive que conhecer a equipe do setor de publicidade da empresa de Chavier para dar início aos trabalhos da nova campanha.

Elisa tinha me convidado para a acompanhar no salão porque iria viajar com meu irmão, então, aproveitei e marquei um horário também.

Eu tinha grandes suspeitas que minha futura cunhada estava grávida porque ela estava reclamando demais de mal estar, enjoos... Mas, eu não resolvi não me intrometer, mesmo morta de felicidade se eu for ser titia.

Eu torço muito para que ela e o meu irmão se entendam. Leandro é apaixonado por ela, mas Elisa é muito "pé no chão". No entanto, eu tenho forte intuição que nessa viagem ela vai aceitar o pedido de casamento.

Elisa foi me buscar na empresa do pai dela porque ela também foi visitar ele.

_Tudo certo para a viagem?_ perguntei enquanto a cabeleireira lavava meus cabelos.

_Ah, sim. Tudo certo. Vou dormir na casa do seu irmão e pela manhã seguimos viagem._ Elisa estava recebendo tratamento nas unhas.

_Vocês voltam quando?

_Domingo a noite porque eu tenho uma audiência na segunda.

_Então, esse domingo vocês vão me abandonar mesmo._ fiz um drama fingido e Elisa sorriu.

_Não precisa passar sozinha._ ela disse insinuando algo e eu sabia que era sobre Ruan.

_Ele não está. Parece que a prima precisou dele.

_Sei, mas você não falou com ele por chamada?_Elisa perguntou.

_Não atendi._ confessei._ então, ele desistiu.

Elisa ficou calada por um instante.

_Quer sair hoje? Eu vou na boate com o Leandro antes de ir para a casa dele.

_Melhor não. Aproveite o meu maninho._ recusei.

_Não aceito não. Você está se produzindo para que, afinal? Vá curtir a vida gata!_ encarei ela pelo espelho e ela me deu um sorriso. Ela tinha razão.

_Quer saber? Eu vou!_ aceitei.

_Capricha aí, que essa menina precisa sair uma deusa daqui hoje._ ela falou para a cabeleireira e eu comecei a rir.

A tarde foi divertida, fizemos tudo o que tínhamos direto e fomos para o shopping comprar biquínis para a Elisa.

Eu ia pegar qualquer roupa para ir na balada, mas a Elisa viu um vestido curto rosa claro com brilho na frente e de alcinha e me deixou louca insistindo que eu tinha que levar.

Depois de experimentar, eu acabei gostando do vestido e decidi comprar. Usaria com uma sandália de salto bege e colocaria uma maquilhagem leve.

Fui para casa, me arrumei e esperei por Elisa que chegou trajando um vestido simples e soltinho, mas que ficava super lindo nela. Leandro veio junto e seguimos para a balada.

Depois de ficar de vela por algum tempo porque a Elisa insistia que eu não saísse de perto deles, eu fugi dos dois pombinhos e fui dançar para esquecer que eu estava próximo do apartamento de Ruan e não cair em tentação de ir lá para vê-lo.

Fui para o bar tomar um drink e Vicente apareceu no meu lado.

_Saudade de mim, amor?_ ele perguntou próximo demais e percebi que ele estava começando a ficar bêbado.

_Nenhuma._ respondi fria e virei o corpo para sair.

_Ei, baby, vamos conversar._ ele pediu impedindo minha passagem.

_Sai da frente, Vicente. Não temos nada para conversar.

_Olha. Eu sei que eu não sou o melhor homem do mundo, mas estou disposto a mudar por você. Luísa, ei, você é a mulher que eu quero casar._Revirei os olhos.

_Vicente, menos! Você sabe que nós não tínhamos nada fazia tempo. Você não me ama e eu não te amo também.

_Somos um casal tão lindo, não vê? Amor é um detalhe apenas_ tentei passar por ele, mas ele impediu mais uma vez._Ei, baby, não vou deixar você ir.

_Sai, porra!_ eu o empurrei, mas ele se manteve no mesmo lugar._Eu vou fazer um escândalo aqui.

_Faça. As pessoas amam ver uma briga de casal._ ele pegou no meu queixo para forçar um beijo e eu acertei um tapa nele conseguindo impedir.

_Solta ela, seu imbecil!_ Ruan apareceu e atingiu um soco Vicente que caiu em cima de uns bancos.

_Ah! Eu sabia._ Vicente disse limpando o filete de sangue que descia da boca._ Você está com ele, Luísa?

_E se ela tiver? Você não tem nada a ver com isso._ Ruan ficou na minha frente.

_Você vai voltar para mim, viu, Luísa? Vai voltar!_ ele deu um olhar mortal para Ruan e saiu.

Ruan me puxou pelo meio dos curiosos que estavam olhando a confusão para fora da boate.
Chegando lá fora ele explodiu.

_Porra Luísa! Toda vez eu vou ter que salvar você desses imbecis?_ eu recuei com o tom dele.

_Não preciso de herói. Eu sei me virar sozinha._ falei segurando o nó que se formou em minha garganta.

_Ei, desculpa._ ele respirou fundo._ É só que... Ele tocou em você?_ ele passou pegou meu rosto em suas mãos para me olhar nos olhos.

_Não. Eu não deixei.

_Oh, Luísa!_ ele me abraçou e beijou minha testa._Senti tanta sua falta.

Aproximei meus lábios do dele e lhe dei um beijo. Ele apertou minha cintura e correspondeu mais sedento. Eu gemido com o toque. Percebi também que eu estava morrendo de saudade dele.

Ele me puxou pela mão e me levou para o carro.
_Aonde vamos?_ perguntei curiosa pois eu já estava pronta para ir para a casa dele.

_Tenho outros planos para hoje, querida._ ele abriu a porta do carona e eu entrei, colocando os cintos. Ele entrou e começou a dirigir.

_ Porque não atendeu minha ligação?

_Desculpa, eu perdi e não quis incomodar ligando depois.

_Você nunca iria importunar._ ele disse olhando para mim._ a mãe da Clarisse morreu e ela estava desolada. Foi por isso que eu não fui na sua casa e também porque levei ela ao enterro.

_Eu sinto muito! Como sua prima está?

_Ela já está melhor. A mãe sempre foi uma vagabunda com ela, mas era mãe dela, né._ olhei curiosa e ele continuou._ Clarisse sofreu muito abuso psicológico da mãe dela porque o corpo dela não seguia o padrão, então, minha prima já teve muito problemas com isso, inclusive automutilação.

_Nossa, Ruan! Mas, sua prima é linda. Eu nunca imaginava que ele já tivesse passado por tanta coisa assim._ meu coração doeu quando ele me revelou algumas coisas sobre a prima. Como uma mãe era capaz de fazer isso com a filha?

_Hoje ela está bem melhor consigo mesma. Mas, eu fiquei com medo dela ter uma recaída._ Eu me senti mal por ter sentido ciúmes. Eu nem conhecia a garota e julguei ela por um erro que foi todo meu._Quero que vocês se conheçam._ ele disse olhando para mim.

Acenei com a cabeça. Acho que seria bom conhece-la mesmo.

_Onde vamos, afinal?_ perguntei.

_Vamos ver ela cantar num bar. Porém, é um encontro só meu e seu. Quero matar a saudade de você._ fiquei mais calma com suas palavras. Acho que, mais do que nunca, Ruan e eu precisávamos por algumas coisas em ordem.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora