A semana passou voando. Já era quinta feira e eu estava me arrumando para apresentar a campanha à Elisa, ao Leandro e ao Ruan.
Desde segunda, eu tive muito trabalho para conciliar as duas campanhas que eu estava desenvolvendo. Minha vida era um vai e vem entre a LAM e a ALBUQUERQUE, então o único tempo que eu tinha para mim e Ruan era a noite. Por isso, eu estava dormindo no apartamento dele todos esses dias.
O clima na empresa não estava dos melhores. Leandro e Elisa voltaram brigados da viagem mas nenhum quis dizer o porquê. Eles estavam apenas conversando o necessário e somente sobre a empresa e isso estava me deixando triste. Eu quero tanto ver os dois juntos.
Entrei na sala para mostrar o esboço da campanha e fazer algumas alterações se eles quiserem. Preparei o notebook e chequei os arquivos para saber se não estava faltando nada.
Meu irmão passou pela porta e se jogou em uma poltrona com a fisionomia cansada.
_Você está bem?_ perguntei e ele me olhou como se não esperasse que eu estivesse aqui.
_Ah! Você já está aí._ ele ajeitou a postura._ Eu estou bem só estou cansado devido uns processos.
_Claro, os processos._ sentei ao seu lado e o abracei._ Posso fazer alguma coisa para te ajudar?
_Desde quando você entende de advocacia?_ ele perguntou e eu arqueei uma sobrancelha. Eu não estava falando de trabalho e sim do namoro dele e ele pareceu entender._ Ah! Claro. Não acho que possa fazer alguma coisa. Ela está me escondendo alguma coisa e anda muito nervosa.
_Como assim nervosa?_ indaguei.
_Tem mudanças de humor repentinas e parece está preocupada com alguma coisa. Eu sinto que ela quer me falar, mas não diz nada. Então, eu tomei a iniciativa de perguntar e ela não quis conversar. Acabamos brigando. Eu não sei o que fazer.
_Pode falar, maninho. Estou ouvindo.
_ Eu não sei se ela está doente ou se não me ama e quer terminar. Ou se são os dois problemas juntos._ ele passou a mão nos cabelos._ eu vou ficar maluco!
_Por que acha que ela está doente?_ perguntei ficando um pouco cismada.
_Porque ela tem passado mal ultimamente, mas se nega que eu a leve ao medico. Eu estou muito preocupado porque... PORRA! Eu amo ela. Eu amo a Elisa mais que tudo no mundo. Eu morreria por ela se fosse preciso. Então, eu só quero ajudar e ter certeza que ela está bem.
Olhei para a porta aberta e vi Elisa imóvel com os olhos cheios de lágrimas. Leandro levantou do sofá e ficou encarando ela. Eu assistia tudo do sofá sem dizer uma palavra.
_Eu estou bem, Leandro._ ela fez uma pausa._ É que... Eu tive o resultado hoje sobre o que está me deixando tão maluca._ eu já sabia o que era, mas Leandro parecia confuso._ Eu estou grávida, amor. Tem um bebê nosso aqui dentro.
Leandro correu até Elisa e puxou ela para um beijo. Eu estava super feliz, mas deixei que eles curtissem isso sozinhos. Sai da sala devagar e fechei a porta. Ruan estava chegando para a reunião e viu eu fechando a porta.
_O que houve, amor?
_Acho que nossa reunião foi adiada._ ele me olhou confuso._ Eu vou ser titia e os dois estão comemorando lá dentro.
_Uau! Sério, mesmo?_ os olhos dele brilharam_ então, eu vou roubar a palestrante dessa reunião._ele me puxou pelo braço e me levou para o seu escritório.
Sentei no sofá e Ruan me puxou para um beijo carinhoso.
_Eu vou ter que viajar mais tarde. Tenho que acompanhar um cliente e só volto no sábado._ ele falou e eu fiz um beicinho.
_Sério? Como eu vou dormir longe de você?_ele sorriu.
_Pode dormir em casa se quiser._ ele me deu um selinho._Também vou sentir saudades.
_Eu vou pra casa. Não se preocupe. Quando você voltar, nós vamos está acesos de saudade.
_Eu já estou ACESO._ ele disse com malícia._ Mas, eu pretendo levar você para almoçar. Vamos? Assim aproveitamos o tempo livre da melhor forma possível.
_Aonde vamos?
_No mesmo restaurante daquele dia. Meu amigo é o chef então sempre apareço por lá.
_Vamos. Só de lembrar daquela comida eu fiquei faminta.
Quando chegamos no restaurante, a recepcionista nos levou até uma mesa e entregou o menu. Escolhemos nosso almoço e começamos a conversar. Nosso almoço chegou acompanhado do mesmo homem alto e loiro da última vez.
_Amigo mio! Fico contente que tu tenha vindo.
_Olá, Lorenzo._ os dois se cumprimentaram._ Luísa, esse é o meu amigo Lorenzo. Lorenzo, essa é a minha namorada Luísa.
Dei a mão para cumprimenta-lo e ele deu um beijo nela.
_Muy linda, Luísa.
_Obrigada, Lorenzo. É um prazer conhece-lo.
Ele e Ruan conversaram brevemente e ele se despediu nos deixando a sós.
A comida italiana era uma das minhas preferidas. Sempre gostei muito de massa só não consumia tanto porque senão eu iria virar uma bola.
Ruan estava me falando a respeito da viagem que vamos fazer até a casa da mãe dele em Campinas no sábado e estávamos acertando os detalhes, quando uma mulher bem vestida, loira e alta se aproximou da mesa. Ela aparentava ter uns trinta e cinco anos para quarenta, mas era muito bonita.
_Ruan, meu querido, quanto tempo._ Percebi que Ruan ficou sem jeito.
_Olá, Helena. Tudo bem?_ ele cumprimentou a mulher visivelmente incomodado. Eles já tinham tido algum rolo e isso ficou ainda mais visível pela intimidade da mulher com ele.
_Tudo bem comigo. Estou com saudade de você._ joguei o guardanapo na mesa e Ruan me olhou agoniado. Eu me segurei para não dar na cara daquela vadia quando ela passou a mão no ombro de Ruan.
_Er... Helena, quero que conheça minha namorada.
A loira me encarou com um sorriso falso e fingiu um espanto.
_Oh, desculpe! Não havia reparado em você._ela virou para Ruan deu um sorriso e se afastou.
Meu olhar estava jogando facas em cima do Ruan.
_Quem é essa mulher, Ruan?_ perguntei.
_Ela é dona do restaurante.
Peguei minha bolsa e sai andando sem falar mais nada. Eu estava com muita raiva porque eu sabia que já tinha acontecido algo entre os dois. Cheguei do lado de fora do restaurante para pegar um táxi e Ruan me parou.
_Luísa, calma.
_Calma?_ eu falei baixo, mas o tom era de pura raiva._ Ruan, você me trouxe para almoçar na PORRA de um restaurante cuja proprietária já foi sua comida!
_Desculpa, amor. Foi um erro, eu sei. Eu venho aqui pelo Lorenzo não por ela._ sai andando sem olhar para ele._Luísa! Vem aqui. Não foge de mim.
Eu parei e virei para ele.
_Vai viajar, OK._ falei mais calma._ eu só preciso de tempo para processar isso. Quando você voltar conversamos.
Chamei um táxi e entrei sem me despedir de Ruan. Fazia tempo que eu não sentia isso e eu não estava conseguindo lidar. Era ciúme. Muito ciúme. Minha vontade era voltar e arrastar a cara daquela mulher no asfalto.
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DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO)
RomanceApós uma decepção traumática quando Luísa ainda era apenas uma adolescente, seu coração fechou-se para o amor. Oito anos depois, o destino lhe prega uma peça colocando-a cara a cara com seu amor do passado, abalando as estruturas da mocinha. Será q...