03.

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_Ruan! É muito bom ver você de novo. Você está lindo!_ minha mãe deu um abraço nele.
Meu pai o cumprimentou com um aperto de mão e eu não disse nada, ganhando um olhar questionador da minha mãe.

Ruan encarou-me com um olhar intenso e pronunciou meu nome suavemente elevando a taça de champagne.

_Luísa.

_Olá._ eu apenas falei isso passando o olhar dele para a mulher que tinha os braços dados com ele, e voltei a encara-lo mais uma vez.

_Ah! Essa é a Clarisse. Clarisse, essa é a família do Leandro. Seu Paulo, Dona Letícia e a irmã Luísa.

_É um prazer conhecer vocês. _ a voz insuportavelmente doce me fez querer revirar os olhos, mas eu não iria jogar toda a minha educação no lixo por causa de algo do passado.

Enquanto todos cumprimentaram a acompanhante de Ruan e conversavam entre sí, eu procurei por algum anel de compromisso ou aliança, mas não vi nada em nenhum dos dois. Quando meu olhar voltou para Ruan, vi que ele encarava meu anel de noivado.

Eu havia esquecido de tirar. Na verdade, o anel nunca teve um significado de compromisso para mim. No entanto, eu gostei de estar com ele agora.

_E o seu noivo Luísa?_ Ruan perguntou ainda olhando intensamente para mim.

_ Alguém me chamou?_ Vicente se aproximou e pela primeira vez eu gostei que esse imbecil viesse me importunar. Ele passou o braço pela minha cintura, me deu um beijo no rosto e encarou Ruan como se tivesse percebido que já tinha acontecido algo entre nós.

_Vicente, esse é o Ruan, sócio do meu irmão, e sua namorada Clarisse._ Ruan me olhou como se estivesse confuso mas eu ignorei._ Esse é o Vicente.

_Noivo da Luísa._ Vicente estendeu a mão para cumprimentar o Ruan, que ignorou por um momento mas acabou cumprimentado Vicente.

_Vocês formam um casal bonito._ Clarisse falou.

_Vocês dois também._ Eu disse com um sorriso fingido. Clarisse franziu a testa e abriu a boca para dizer algo, mas eu interrompi.

_Vamos para casa, Vicente? Estou muito cansada. Boa noite para vocês.

Puxei Vicente pelo braço e quase sai correndo para o carro.

_O que foi isso, Luísa?_ Vicente perguntou atrás de mim.

_Não se meta, Vicente. E não pense que somos noivos é que eu não quis falar nada ainda para os meus pais.

_Vocês já tiveram alguma coisa?_ o imbecil perguntou alterado_ nem precisa negar. Vocês estavam quase para se atacar na frente da acompanhante dele.

_Menos, Vicente. Bem menos._ passei andando entre os carros para procurar um táxi.

_Sua louca! Volta aqui. Eu levo você de carro.

_Eu não quero. Me deixa._ eu gritei atravessando a rua.

Um táxi passou e eu fiz sinal dando sorte de estar vazio naquela hora. Quando sentei no banco mil coisas passaram pela minha cabeça, formando um nó em minha garganta. Há muito tempo, eu havia aprendido apenas a conviver com a dor sem derramar uma lágrima sequer, não seria hoje que eu iria desabar.

Ao chegar em casa, o incomodo ainda estava em meu peito. Passei por muita coisa hoje. Além de ter reencontrado o Ruan ainda tive aturar aquela morena de braços dados com ele. Aquela que dormiu na cama dele um dia depois de eu ter me entregado para aquele canalha.

O pior de tudo foi perceber o quanto as coisas ficaram mal resolvidas. Foi duro querer pular no pescoço de Ruan ao mesmo tempo que eu sentia vontade de passar a mão em seus cabelos para sentir se ainda tinham a mesma maciez. Ou ignorar aquela boca volumosa e rosada que agora estavam ainda mais atraentes por causa da barba.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora