{ Capítulo 8. }

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I'm gonna ride it, do it just how you like it
Tonight and after that
Let's do it one more time
Girl, I ain't one for beggin', but now you got me beggin.

[ Natasha ]

Aqui estamos nós, paramos em frente ao seu quarto, com o olhar preso um no outro. Depois de eu dizer o nome dele, mais ninguém é capaz de dizer nada. O olhar dele é intenso em mim e sinto-me queimar por dentro. Ele sempre olha assim para mim, com uma intensidade enorme e eu quase não me consigo controlar. Todo o meu corpo está quente e solto um suspiro pesado pelos meus lábios.

Steve sabe o efeito que tem em mim. Antigamente, ele não sabia, mas agora sabe. Recordo-me de ele perguntar se eu estava a sentir-me invadida, de cada vez que ele me tocava de forma mais intimista ou me olhava dessa forma e eu abria a minha boca em choque. 

Foram uns longos anos para mudar isso, mas felizmente Steve acabou por perceber que eu estou completamente entregue a ele. No fundo, ele sabe que eu lhe pertenço, estejamos nós chateados ou afastados.

 Eu nunca me entreguei a ninguém como a ele. Eu costumava fazer sexo para me distrair, para me sentir completa e eu pensei que tinha prazer, mas no momento em que me entreguei a ele, tudo ficou diferente. Eu conheci o verdadeiro fazer amor, que as pessoas tanto falam e aí conheci o verdadeiro prazer. Ele sabe onde me tocar e eu sei onde lhe tocar. Nós somos um do outro e isso é inegável. 

- Posso entrar? – Decido falar antes que nos matemos um ao outro pelo olhar. Steve não fala e apenas dá espaço para que eu entre no seu quarto.

Uma senhora aproxima-se de nós antes de ele fechar a porta e entrega-lhe uma bandeja. O loiro agradece e fecha a porta, colocando a bandeja em cima da pequena mesa presente no quarto.

- Podes comer, já que pediste. – Informo e sento-me na cama. Ele assente e começa a comer, sentando-se numa das cadeiras. 

Nenhum de nós é capaz de falar e ele come em silêncio. O silêncio é confortável e nenhum de nós sente a necessidade de falar para não ser constrangedor. Isto foi outra coisa que aprendi com ele. Aprendi que o silêncio pode ser confortável.

Ele termina a sua refeição e limpa os lábios num guardanapo. Caminha para o quarto de banho e ouço a água correr um pouco. Steve volta para a minha beira e volta a sentar-se mas, desta vez ao meu lado.

- Porque vieste cá? – Pela primeira vez em longos minutos ouço a sua voz. – Não conseguias dormir?

- Nem sequer tentei. – Murmuro de forma baixa, encarando os meus dedos, que brincam freneticamente uns com os outros em cima das minhas pernas. – Estava a comer qualquer coisa com a Wanda e ela disse-me para vir.

- Oh, só vieste porque ela disse. – Steve parece desiludido com as minhas palavras.

- Não, não foi isso que eu quis dizer. – Logo corrijo a minha postura e tento explicar as minhas palavras. Viro o meu corpo para ele e fixo o meu olhar no seu rosto, enquanto ele encara a parede à sua frente. – Ela leu-me a mente. – O homem vira-se para mim e abre a boca em choque. – Não, propositadamente. Ela disse que os meus pensamentos estavam demasiado altos e pesados e ela simplesmente não conseguia abster-se deles. – Steve parece concordar. – Eu estava a pensar em ti e nas saudades que tenho tuas. 

- Tens saudades minhas? – Concordo com a cabeça quando ele fala e tudo o que ele faz é suspirar de forma pesada. – Natasha, eu também, mas é errado nós sentirmos saudades um do outro. – Arqueio uma sobrancelha com o olhar colado nele. – Pelo menos, nesse sentido. Nós concordamos ser apenas amigos e estamos constantemente a envolver-nos, amigos não fazem isso. Amigos não choram por saudades de fazerem amor um com o outro, amigos choram pela falta que sentem, das conversas, convívio.

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