Controle sobre mim.

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Vitória Falcão.

Enquanto a garota não chegava eu estava velando o sono do Wolf, ele dormia calmamente na cama da Ana.

Olho para o relógio de parede e já era 2:28 da manhã. E nem sinal da moça!

Mas uma hora passou e vejo a porta se abrindo. Wolf se desperta e vai até a sala, eu me levanto da cama e vou até a janela e me escoro lá. Observo a Ana chegar, ela tinha bebido com certeza, mas não estava dando surtos, ela era contida e controlava os seus atos.

A garota calmamente tira a sua roupa ja entrando no banheiro,e depois de uns minutos volta para o seu quarto, acende a luz que por incrível que pareça estava apagada, veste uma blusa larga e se despeja na cama com o seu celular, mas logo para e fita onde eu estava.

- Vai ficar aí parada me olhando? Você acha que eu não estou vendo a sua penumbra?

Me congelo com aquilo, como assim?

- Já olhou as horas?

Eu ainda estava petrificada com aquilo, mas claro o raciocínio lógico veio na hora.
  "Olho para o relógio e já era 2:28...", me lembro.

Mas era óbvio! Novamente um descuido meu. Porra Vitória! Esqueci da possibilidade que a partir das 2:00 da manhã os humanos poderiam nos ver, que esse horário nenhum de nós do outro plano se cobriam, nesse horário todos do plano terrestre podiam nos ver. Poxa que descuido!

- Por favor... Não tenha medo de mim, eu não tenho medo de você, não lhe conheço mas não quero lhe fazer mal algum...vAssim eu também espero de você.

Ela me fala com uma voz tão suave, que eu via confiança em sua voz.

Meio que foi no automático, nada em mim obedeceu aos meus comandos. Dei um passo a frente deixando um pouco de mim a mostra da luz. Eu sei que eu jurei a mim mesmo que nunca iria me mostrar ou me apaixonar por ninguém, mas aquela mulher tinha um tamanho controle em mim.

- Quem é você?

Ela fala gaguejando, estava impressionada com a minha presença.

Eu faço um gesto mostrando que ela não iria me ouvir por mais que eu gritasse.

- Eu entendo... Pode pelo menos fazer uma comunicação comigo?

Eu nego com a cabeça.

- Por favor... Só deixa eu saber quem é tu...

Eu já disse que ela tinha um tamanho controle de mim? Pois é.

Caminhei até o meio do quarto e fiquei de frente pra ela. Ela me fitava, e eu também a olhava, observando cada pedacinho dela.

- O-oi.

Ela guagueja e eu dou um sorriso de tamanha fofura. Olho ao lado e vejo um papel e aponto pra ele, ela olha e pega ele.

- Você quer fazer comunicação com isso?

Concordo com a cabeça.

- Ok! Vou escrever as letras do alfabeto pra tu.

Ela faz letras e números do alfabeto no papel, e depois de terminar me olha.

- Pronto!

Eu me aproximo mais dela e a vejo recuar, mas logo deixa eu me aproximar um pouco mais.

- Você consegue segurar este lápis?

Concordo com a cabeça. Ela estica sua mão para eu pegar o lápis só que eu nego, ela me olha assustada.

- Não vai se comunicar comigo?

Faço que sim e coloco o meu dedo no papel. E pelo o incrível que pareça eu o senti, pela primeira vez nesse mundo vagando, eu senti algo sobre os meus toques, o meu dedo sentiu o papel. Normalmente tudo que eu tocava tinha uma semelhança de que eu estava segurando uma faca. Eu me machucava ao triscar em algo, ou eu quebrava quando tocava em algo. Mas com aquele papel eu senti a aspereza do objeto, ele não me machucou, não senti dor, sentia felicidade.

Dou um sorriso e olho a garota, logo mais arrasto o meu dedo nas letra V, I, T, O, R, I, A.

Ela me olha com um sorriso que me desmanchava, realmente ela tinha um imenso controle sobre mim.

- Olá Vitória, eu sou a Ana Clara, posso saber o motivo de estar aqui na minha casa?

Faço que não com a cabeça e aponto no papel formando as palavras: Eu não sei! Não sei nem o motivo de ainda estar no plano terrestre.

Ela me olha assustada e com pena de mim.

- Posso lhe ajudar em algo?

Nego com a cabeça.

- Ok! Posso guardar o papel? Caso você depois queira fazer comunicação...

- Não pode guarda.

Achei que tinha pensado alto, mas quando me toco eu vejo que não. Aquilo foi a minha própria voz.

Caramba! O que foi isso? Eu falei? Em todos esses anos eu falei um "a"!?

Ela me olhava assustada e eu também estava assustada.

- Você consegue falar?

Na verdade nem eu mesmo sabia que tinha essa capacidade de falar com alguém. Como eu consegui? Em menos de um dia com essa garota e eu me torno em outra.

- Hm? Você sabe falar? Você acabou de me responder.

Eu estava incrédula para tentar falar novamente. O que estava acontecendo comigo? O que essa garota fez ne mim?

A Garota FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora