Quero tu.

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Vitória Falcão.

Fiquei uns quatro meses no hospital. Os médicos estavam sempre na minha cola. E ficaram sem entender, pois era para mim nem andar, era para eu estar numa cadeira de rodas. Mas não, hoje sou livre.  E tive uma recuperação absurda de rápida.

Estou embarcando pra Sampa. Em meio a esses meses fiz uma promessa de que iria procurar a Ana e reconquista-la . Sei que em três meses tudo pode mudar, e isso me causa medo e insegurança. E se ela não estiver mais lá? Se mudou pra outro lugar ou país? Foram três meses...

Algumas horas de viagem e as 13:00 da tarde já estava em Sampa. Ficaria esses dias na casa da minha mãe, afinal, ultimamente estava em Araguaína.

Assim que arrumei as coisas fui para o apartamento onde a Ana se encontrava, aproveitei e levei um girassol para ela, era a minha flor favorita. O porteiro era igual um cachorro rabugento, nem deu a mínima pra mim e liberou minha entrada.

As mãos suadas e tremendo, parecia até adolescente. Me aproximei e bati na porta.

Demorou um pouco mas ouvi a porta ser destrancada.

- Olá!

Ah não! Aquele cara de novo? Fala sério! O cara morava lá na puta que pariu o que fazia aqui? Mas certo que eu também morava lá em marte e vinha caçá não sei o que aqui no apartamento da Ana Clara!

- Olá! Queria falar com a Ana Clara, ela está?

- Sim! Entre!

- Não, irei ficar aqui, peça por gentileza pra ela vim?

Ele me olha de cima a baixo e depois sai.

- Amor tem gente lhe procurando!

Ele grita e escuto a voz da Ana e meu coração acelera. Mas pera! Amor? Me desmonto por inteira. Game over pra mim.

Ao ver ela me da uma enorme vontade de chorar de dizer que a amo e sinto saudades e que realmente eu era uma idiota.

- Vitória!?

Ela fala incrédula.

- Queria conversar com tu!

Abaixo a cabeça e fito o chão solto as palavras tão desconexa de minha boca.

- Pois não?

Diz ela friamente.

- Só queria dizer que eu errei, e que te ver saindo chorando me desmontou por completa. Te ver saindo sem poder ir atrás pra terminar de falar foi um tiro de metralhadora. Vim aqui pedi desculpas mesmo sabendo que não irá aceitar...

Entrego o girassol para ela.

- E lhe trouxe um girassol. Queria dizer também que tu é muito amada, e que se me deixasse pelo menos pensar e não saísse correndo eu poderia até ser sua amiga.

Limpo uma lágrima rapidamente me virando para sair.

- Ah! E mais uma coisa. Obrigada por me ajudar, não sei como tu conseguiu, mas se hoje eu respiro e ando é por sua causa. Tu me ajudou pra caramba. Não sei nem como retribuir, mas espero que um dia eu possa. Era isso. Vim aqui apenas lhe agradecer, era mais que minha obrigação.

Dou um sorriso forçado e saio em direção ao elevador. Mas antes sinto algo puxar o meu braço.

- Eu sei que em meses eu mudei, hoje tenho até um namorado. E sei que já fui completamente apaixonada por tu, mesmo não tendo o seu corpo presente. Só a sua voz me fazia desmontar. E o beijo? Nem se fala. Mas fico feliz que eu pude ajudar alguém. Minha missão é essa.

Ela olha pro girassol e da um sorriso.

- Obrigada pelo presente. E sei que veio concertar os erros e querer voltar atrás. Mas não posso, eu acho que me enganei com o Mike. Ele me faz muito feliz...

- Eu sei que errei, e não vim aqui à toa.

Começo a sentir indício de choro e tento me soltar do seu braço indo pro elevador. A Ana clara é mais rápida e entra junto.

- Mas não nego que gosto ainda de tu.

Ela me abraça e agora me desmorono em seu abraço chorando e soluçando.
Não sei se foi atrevimento meu, mas segurei seu queixo fazendo ela me fitar.

- Não duvides do amor que eu tenho, é imenso e diz tanto de mim...

Olho no fundo daqueles buracos negros e lhe dou um beijo. Beijo de saudades de dor culpa medo....

Em meio aquele beijo salgado de lágrimas eu me atrevo e para um pouco de lhe beijar.

- Volta pra mim? Deixa eu te fazer minha... Deixa eu te fazer mulher?

Coloco uma das minhas mãos firme na sua cintura e a outra ne sua coxa e aumento a velocidade do beijo deixando tudo desesperado e intenso, como se dependesse dele.

A Garota FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora