Vitória Falcão.
Chegamos na casa da Ana e ela foi tomar um banho. Ela estava exausta, era notável, ficamos o dia todo caminhando.
Depois de alguns minutos a garota voltou e sentou-se no sofá ao meu lado.
- Vitória, eu não sei, mas olha, eu já procurei por tudo e em tudo na Internet, ne tudo que é site mas não acho nada sobre você. Não tem causa de morte, não tem nada.
Ela se levanta e vai na sua mochila e pega o seu notebook.
- Era aqui que eu deveria achar uma resposta.
Ela me mostra notícias de um site.
- Tinha que ter.
- Esquece Ana!
Me levanto e caminho em círculos na sala.
- Primeiro, eu não entendo por não ter nada de mim, depois por ninguém saber de mim. Sem contar que ne nenhum cemitério tem algum vestígio de Vitória Falcão. E outra, eu não tenho mais memórias minhas, é como se com o passar do tempo elas sumisse pouco a pouco, quase não lembro mais de alguns amigos meus, não lembro dos cheiros, dos sabores, das vozes de algumas pessoas... É como se meu passado fosse um celular com pouco espaço na memória, que apaga o passado pra gravar um pouco do presente.
Ela se levanta e vem até em mim e pega a minha mão e eu me afasto.
- Eu disse que ia te ajudar, não vou te abandonar não. Só me dá um tempo, é que aconteceu tudo tão rápido, quando eu menos percebi você apareceu na minha vida, e por algum motivo eu consigo te ver te escutar, e sei que isso não é coisa do acaso. Realmente eu tenho me envolvido de mais com você, e sinto um dever de te ajudar.
Me choco com suas palavras, era inevitável eu não me emocionar com suas palavras. Não que eu já mantive contato com alguém, mas com ela era diferente. Não que eu me arrependi, eu não me arrependi. O problema é que eu acho que isso era bom pra ser verdade. E uma outra coisa é que eu não possuo sentimentos..
- Obrigado Ninha... Não sei nem explicar o tanto que você tá me ajudando. Sou muito grata pelo o que tu ta fazendo por mim.
Ela da um sorriso e me fita.
- Meu Marte...
Olho confusa.
- Teus olhos são lindos, parecem Marte, cores diferentes e que me puxam pra uma galáxia que só tu tem.
Eu me aproximo dela e mantenho a conexão de olhar.
- Seus olhos parecem jabuticabas.
Ela da um sorriso meio que oculto mas que eu tive uma sensação inexplicável, se era que é possível eu senti.
Ela vem até em mim e envolve seus braços em minha cintura e encosta sua cabeça em meu peito.
- Ei posso te dar um apelido?
Falo e ela concorda com a cabeça.
- Queria te chamar de cumbuquinha, pois é isso que você parece ao se aninhar no meu corpo.
- Pode, se você deixar eu te chamar de meu marte.
- Pode sim cumbuquinha.
Caímos na risada e ela levanta sua cabeça para me olhar. Ela me fitava intensamente, se eu tivesse uma alma ela conseguia me ler todinha com aquele olhar, se eu tivesse coração, era possível ouvir ele de longe.
- Vih... Posso lhe pedir uma coisa?
Ela me encara e eu dou um sorriso.
- O quê?
- Seria constrangedor ou impossível lhe pedir um beijo? Se isso for possível.
Ela fica na ponta do seus pés e encosta sua testa na minha e me olha no fundo dos olhos.
Senti aquelas famosas " borboletas", eu nunca senti isso, mas ao ver a Ana tão perto de mim com aquele olhar doce, e tão profundo me pedindo um beijo era algo inexplicável. O que custa? Se eu queria mas que ela. Desde quando eu a vi eu tive uma imensa vontade de beija-la, ela era linda, e agora tão perto de mim nem se fala.
- Eu poderia dizer não, mas quero confessar que desde quando te vi, tive vontade de lhe beijar... Só que isso é impossível Ana Clara
Ela me interrompe com uma risada linda e eu não resisto e caio na risada também.
- Me beija então...
Ela nem precisou terminar a frase, fechei os meus olhos e deixei a Ana Clara me dominar...
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A Garota Fantasma
Fanfiction(SE VOCÊ ESTÁ VENDO ESSE LIVRO EM OUTRA PLATAFORMA SEM SER O WATTPAD, POR FAVOR SE RETIRE, ESTA COM RISCO DE SOFRER UM ATAQUE VIRTUAL) Tudo pra mim era vazio. Ninguém me via, ninguém sabia ninguém me sentia... Eu era um nada. Perdida, condenada talv...