Cemitério.

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Vitória Falcão.

Ana pegou a sua mochila e colocou seu notebook dentro, e fomos para o cemitério.

Queria saber onde estava a minha sepultura, quem além de mim morreu, que pode até estar nesse plano preso igual a mim. Isso me incomodava. Agora isso para mim era importante, preciso saber de mim.

Caminhamos muito até chegar num lugar afastado da cidade. No cemitério não tinha ninguém lá, além dos mortos.

- O que tu quer aqui?

Ela me olha confusa.

- Me ajude a achar minha sepultura e a sepultura dos possíveis mortos no mesmo acidente que eu.

- Tá bom... Vai por alí que eu vou por aqui. Eu vou olhar as fotos das pessoas aqui no meu notebook pra procurar.

Concordo e saio a procurar. Me lembrava de um rapaz e uma moça que estava no outro carro no acidente, então eu conseguiria localizar eles, e se eu achar eu também acharia a minha sepultura.

Ficamos à manhã toda procurando e não achamos nada. Nem a minha sepultura. Droga!

- Vih! Eu tô cansada pra caramba. Uma pausa? Por favor...

Ela fala se sentando na calçada. O que me tirava atenção mesmo era o apelido que ela falou. Eu vou morrer de novo com esses ataques de fofura.

- Vamos embora? Tem outro cemitério aqui na cidade vizinha. Podemos ir lá depois do teu almoço?

Ela concorda e se levanta pra podermos ir embora.

Voltamos pra casa da Ana. Ela foi preparar um almoço, já que era quase 13:00 da tarde.

Ana 

Estava a almoçar enquanto mexia no notebook procurando por algo. Não tinha nota de óbito, não tinha videos de velório nem nada. Isso estava mexendo comigo de mais. Como era possível? Ela não estava morta? Ou será que ela é realmente algo da minha imaginação e eu estou louca?

- Ana eu não sou algo da sua imaginação! O resto você pode até duvidar, pois até eu não sei...

Ela se abaixa e senta no chão. E eu me assusto por ela saber o que eu estava pensando.

- Quando você estiver pronta pra irmos pra cidade vizinha, eu estou pronta.

Concordo e termino meu almoço.

- Vamos de carro. Se é que é possível.

Dou uma risada e a Vitória me olha assustada.

- De carro?

- Sim!

Ela se assusta e eu acho graça. Será que ela tava com medo de morrer de novo?

- Vamos Ana...

Passamos à tarde toda procurando algum vestígio de Vitória Falcão pela cidade vizinha e pelo cemitério. E não tinha nada. Não existia nenhuma sepultura com o nome da Vitória ou uma foto dela.

- Droga Vitória! Eu não sei mais o que fazer...

Vou pro carro e sento no banco do motorista.

- Por qual motivo eu não estou enterrada? Por qual motivo eu não acho nada de mim em nenhum cemitério?

Ela fica incrédula.

- Tô começando a acreditar que realmente só sou algo da sua imaginação... Me sinto idiota por não ter procurado meus vestígios de antes, no mesmo dia eu deveria já ter me procurado... Mas se bem que até agora eu não me lembro de nada de mim, além de saber que eu vago por aí.

- Não se culpe Vitória. Nós vamos te achar. Em algum lugar por aí...

- Acredito em você. Quero e preciso da sua positividade.

- Sabe onde seus pais mora?

Ela concorda.

- Vamos ver o que podemos achar lá. Posso até perguntar sobre você!

Ela concorda e acha a idéia maravilhosa. E pensando bem, deveriamos ter feito isso desde o começo.

- Ótima idéia Ana! Podemos ir hoje mesmo?

Me assusto pela energia dela. Mas quem sou eu pra negar algo pra ela né?

- Ok! Vamos pra casa da sua mãe.

Ela entra no carro e se ajeita e me fita.

- Ana?

- Oi... Aconteceu algo?

- Não, só obrigada por me ajudar.

- Por nada Vitória. Só não quer tentar isso amanhã? Preciso pensar Vih... Não é coisa de chegar lá falando CADÊ A VITÓRIA?

Ela da uma risada quando eu aumentei o tom de voz.

- Vamos então pra sua casa Ninha...

Concordo e dou partida no carro rumo a minha casa.

A Garota FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora