Me transforma...

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Vitória Falcão.

Eu não conseguia formar uma palavra se quer, era inacreditável o que eu fiz. Logo eu Vitória Falcão.

- Fala novamente... Conversa novamente, fala pra mim...

Ela implorava para mim falar algo.

Tentei novamente e num é que deu certo?
 
- Olá!

Me engasgo com a possibilidade de poder falar novamente.

- Sua voz... Sua voz é linda.

Ela fala bem baixinho, meio tímida meio com medo.

- Mas afinal, quem é você?

- Eu sou a Vitória! Não sei se me compreende mas não pertenço a esse plano, queria entender o motivo de ainda estar aqui. Ja faz um bom tempo que estou vagando sem um propósito.

Ela me olhava analisando tudo que eu dizia.

- Posso lhe ajudar! Tenho recursos para te ajudar.

Eu analiso todas a idéia e por fim eu tomo a que mais me agrada.

- Se você puder eu aceito...

Ela da um sorriso.

- Posso lhe tocar?

Ela se aproxima e eu recuo.

- Não! Por favor, não me toque... Não quero lhe machucar.

- Por qual razão você iria me machucar se eu lhe tocar?

Ela se aproxima muito perto de mim e sua mão passa no meu ombro atravessando o meu corpo . Droga!

- Ow! Eu morri?

Ela fala de um jeito engraçado. Dou uma risada e nego com a cabeça.

- A última pessoa que me tocou foi a óbito em quatro dias.

Digo tranquilamente.

Ela se assusta, não resisto e dou uma risada com a sua cara de desespero.

- Não quero morrer, ta doida!?

Ela da uma risda engraçada e gostosa de se ouvir.

- Você sentiu algo ao me tocar?

Ela nega com a cabeça.

- Senti apenas a frieza que você possui... Você obviamente é um fantasma né? Você atravessa paredes? Você pode ler a minha mente? Você entende os animais? Você fala outro...

- Ei! Calma... Você está bem? Fala devagar não entendi nada do que tu me falou...

Dou uma risada.
 
- Desculpas, foi muita pergunta né?

Concordo.

- Você me faz ser diferente...

Escapou de minha boca!

- Como assim?

Pergunta curiosa.

- Ninguém nunca me tocou, e nem ficou ainda de pé com meu toque parecendo um maratonista, me fazendo inúmeras perguntas.

- Mas eu quero te ajudar, e para te ajudar preciso lhe conhecer... Um pouco melhor.

- Tá, mas tem coisas que não posso falar.

Digo virando o meu olhar para o chão.

- Calma moça... Vem! É plena madrugada, mas eu posso te ajudar, meu notebook está na sala, vou buscá-lo!

- Não! Fazemos isso amanhã okay? Eu não durmo, já você sim. Então descansa, amanhã quando você acorda eu ainda estarei aqui...

- Okay! Não vale fugir.

Dou uma risada.

- Promessa de fantasma.

Levanto a mão mostrando que nenhum dos meus dedos está cruzados.

- Ótimo. Eu vou dormir... Boa noite!

- Boa noite Ana...

Ela se direciona até a sua cama e deita, logo mais começa a entrar num sono leve.

Eu fico admirando a tamanha beleza na minha frente. Que fofura velar o sono dela, e aquela baba ali? Dou uma risada ao ver ela roncando.

A Garota FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora