Te achei ou me achei?

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Ana Clara Caetano.

Vitória andava vagarosamente ao meu lado. Talvez estava tentando repreender tudo que estava sentindo.

- Ta tudo bem...

Falei bem baixinho pra ninguém notar eu falando com as paredes. A Vitória me olha e da um sorriso.

- Olá!  Poderia me informar por gentileza se aqui nesse hospital a paciente Vitória Falcão está internada ou algo do tipo?

Ela me olha de canto, fecha a cara e procura algo no computador. Dois... oito... dez... quinze minutos e nada. Ela olha, olha e nada.

- Perdoe-me, aqui não a nada de Vitória Falcão!

Ela me olha e depois desvia o olhar.

- Nada? Nadinha?

Ela nega com a cabeça.

- Ok! Obrigada mesmo assim.

Dou uma tocida pra chamar a atenção da Vitória. Ela me olha e me segue.

- Nada Vih!

Abaixo a cabeça no volante.

- Se puder, podemos ir ao hospital de emergência.

Eu olho pra ela e dou um sorriso. Ligo o carro e dou partida.

Chegamos no hospital e eu me arrumo pra ir procurar novamente a senhorita Falcão.

- Fica aqui! Se ver alguém querendo roubar o meu carro liga o alarme...

Aponto o botão.

- Seja sutil. Mas qualquer coisa pode ligar o som bem alto.

Dou um risada por deixar ela fazer essa loucura.

- Espero que não se arrependa de me deixar fazer isso.

Vitória Falcão.

Depois de alguns minutos a Ana volto com uma cara desapontada. Já sabia do que vinha.

- Então?

- Achei nada aí também...

- Me passa o número da tua mãe?

Me assusto.

- Ah Vitória, quase todo filho sabe o número da mãe, não é?

Eu tento me lembrar de algo, mas é um pouco difícil. Não lembro de quase nada.

- Tá! Eu não tenho total confiança mas vamos tentar.

Com dificuldades falo os números que me lembro. E tava torcendo para dar certo.

Ana coloca o número para chamar. Ouvi ele chamando, dois, três toque, até ouvir uma voz na linha. Me assusto.

Ana também se assusta, falava devagar compreendendo quem estava na linha. Ela fixa seu olhar nos seus pés e começa a girar a chave do carro e ligar. Ela ficou doida foi?

- Ei...

Falo bem baixinho e ele desvia a atenção pra mim. Faço sinal se aconteceu algo e ela nega. Finaliza a chamada e joga o celular no painel do carro.

- Era a tua mãe. Ela me disse onde a tal conhecida Vitória está. Vai demorar um pouco, mas dá pra ir, só preciso ir na minha casa.

- É longe? Grave?

- Não é grave, mas é longa a viagem.

- Ok...

Ela da partida no carro e sai rumo a tua casa.

Chegando lá, ela arrumou algumas coisas e roupas, colocou numa mochila. Foi até o Wolf e colocou comida pra ele.

- Amigão eu vou ficar uns dias fora de casa tá? Mas a tia Luana vai vim cuidar de ti, ok?

Ela faz carinho no pêlo do cachorro.

- Vamos Vih. Viagem até Araguaína é longe.

ARAGUAÍNA? Como assim? De família lá tem só a Sabra e a Ana Beatriz.

Voltamos pro carro novamente. Ele ia pra casa da sua irmã Luana. Eu achava loucura. Não entendia o motivo de querer me ajudar.

- A Luana vai cuidar daqui pra mim.

- Agora vamos pro aeroporto.

Sigo ela até o aeroporto. Nós ia ter uma conversa. Pois nada daquilo tava se encaixando.

- Depois quero conversar com tu viu?

Ela concorda. E nós vamos rumo a Araguaína. Corrigindo: rumo a loucura.

Algumas horas de viagem, de eu contar as cadeiras do avião 2 vezes, de andar correr e deitar no chão daquele avião várias vezes e Ana surta com o meu desassego, nós chegamos na minha cidade natal. Tudo como antes, Araguaina.

- Primeiro um hotel, depois hospital.

Concordo com ela e nós sai a procura de algum lugar para passar a noite.

Caminhamos um pouco até achar um lugar para ficar, era só umas duas a três noites não seria preciso.

Ana com muita luta consegue arrumar suas coisas no pequeno quarto. Pega algumas coisas na mochila e vai até a porta.

- Vamos!

Concordo e saio. Eu não sei a onde ir, mas a Ana com certeza sabia.

Chegamos em um hospital muito, mais muito grande. Ela entra e faz sinal pra eu seguir ela. Ela conversou com a recepcionista e tudo mais. Até ela dizer que tinha duas Vitória ali no hospital. Ela disfarça e me olha com cara de dúvida e eu faço sinal pra seguir.

- Podemos vê-las?

Ela concorda e entrega para a Ana um papel com números dos quartos das "Vitórias".

Andamos um pouco e entramos num quarto. Ana bateu duas vezes na porta e entrou. Eu? Fiquei besta com medo de encontrar o que eu já tinha certeza.

- Vem...

Ela fala baixo e eu me movo entrando no quarto.

- Ela se parece com tu!

Ao entrar e olhar a moça na cama eu me assusto. Era eu alí? Parecia tanto comigo. Era eu!

- Te achei ou me achei?

Falo confusa.

A Garota FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora