Vitória Falcão.
Ana lentamente se aproximava da minha boca. Seus lábios foram de encontro aos meus, um misto de desejos me invadiu, o corpo quente dela misturado com o meu corpo gelado. O meu vazio misturando com o colorido da vida dela.
Lentamente nós nos encaixamos num beijo... Seus lábios de encontro ao meu, tornando tudo mais intenso.
- Coloca...choque... afasta. Controla a respiração. Reanima ela vamos...
Ouvi um barulho de aparelhos de hospital. Ouvi pessoas, passos andando apressadamente, parecia tudo tão distante mas ao mesmo tempo tão perto de mim...
Como se fosse uma tontura eu voltei a onde a Ana morava. Uma sensação de ter ido a outro lugar.
- Vitória me perdoe. Tu tá bem?
Ana coloca sua mão em meu rosto e me analisa.
- Tive uma tontura se isso é possível, ouvi também gritos e muita correria. Parecendo que eu estava num hospital.
Ana se assusta. Até eu me assustei.
- Foi como a sensação de ter acordado de um pesadelo? Se assusta e vê que tá segura?
Concordo com a cabeça.
- Sim, a mesma sensação...
Ela se aproxima de mim e eu me afasto.
- Por favor, não me toque...
Ela me observa e se assusta.
- Que foi? Que cara é essa? Tá me fitando por qual motivo?
Ela da uma risada baixa.
- Como tu fez isso?
Ela pergunta e eu me assusto.
- Isso o quê?
Tento olhar o meu corpo e notar algo diferente. Olho em volta e tá tudo normal.
- Antes eu te enxergava perfeitamente, agora tu tá com um tom desfocado. Como tu fez isso?
- Eu não fiz nada.
Fico rodando em círculos igual cachorro querendo pegar o rabo, tentando olhar para mim mesma.
- Fica aí, vou buscar uma coisinha.
Ela sai e vai para o quarto, depois volta com um espelho de tamanho médio em mãos.
- Observe.
Me olho no espelho e noto que estou um pouco desfocada. É como se eu estivesse ficando invisível.
- Como isso aconteceu?
Falo preocupada.
- Queria saber também.
Olho para ela e me aproximo e seguro o seu rosto.
- Me beija de novo?
Ela se afasta.
- Não! Melhor não. Preciso saber o motivo de estar quase invisível.
Evito o máximo entrar em contato com Ana.
Ela coloca o espelho no sofá e me fita.
- Precisamos ir na tua casa. Precisamos saber sobre tu, quanto mais rápido melhor.
Ela olha o relógio de parede na sala e já estava muito tarde, ela me olha novamente e solta o ar com uma frustração.
- Vou dormir. Tudo bem... Amanhã cedinho vamos na tua casa, ok?
Concordo e me sento no sofá com a mesma cara.
- Vou ficar por aqui...
- Ok!
Vejo ela sair e fico observando meu rosto desfocado e pálido ao mesmo tempo.
Ana Clara Caetano.
Acordo bem cedinho. Me arrumo e arrumo também a minha mochila, e vou para a cozinha. Prometi a Vitória que iria com ela na casa do seus pais.
- Buh!
Vitória aparece de repente na minha frente me dando um susto.
- Vitória!!
Coloco a minha mão no peito pra fazer drama.
- Bom dia! Tô ansiosa pra ver a minha mãe.
Ela da um sorriso e eu fico confusa.
- E seu pai?
- Pai? Desconheço esse nome.
Ela faz uma cara triste, que logo ja entendi a situação e mudo de assunto e rumo.
- Vem! Vamos ir logo nessa casa.
Vou na cozinha e pego uma fruta e saio para tirar o carro da garagem.
- Tá pronta?
- Ansiosa também.
Ela da um sorriso de canto.
Não era tão longe, em menos de 40 minutos estava numa casa amarela de dois andares e com um jardim lindo na frente.
- É aqui?
Ela concorda com a cabeça. Crio coragem e me aproximo da porta, analiso tudo primeiro, respiro e toco a campanhia.
Uma mulher de aproximadamente 48 anos abre a porta com um sorriso. Olho para ela e fico toda sem jeito.
- Bom dia! Me desculpe o incômodo, mas poderia me ajudar com uma coisa?
Ela abre espaço na porta e faz sinal para eu entrar.
- Com licença.
Digo entrando.
Vou até um sofá e sento, ela se senta no outro e me observa.
- Pois não, o que a jovem quer?
Ela era simpática, logo de cara já me apeguei a ela.
- Queria saber sobre a Vitória Falcão. Poderia me ajudar?
Ela me olha assustada e eu fico envergonhada.
- Sobre o quê você quer saber?
- Foi aqui que ela morou né? E também queria saber como ela está.
Ela se ajeita melhor no sofá e me fita.
- Ela ainda mora aqui moça, e ela está na UTI estado dela é muito grave. Já tem um tempo em que ela esta lá. Por qual motivo a pergunta?
- Eu era... Sou, na verdade sou amiga dela. Ultimamente ele não me deu mais notícias. Vim saber.
Falei engasgada com a resposta dela. Será que era a Vitória? A que está comigo?
- Oh sim! Qual é o seu nome mesmo?
- Ana... Ana Clara!Conversamos muito. Ficamos a manhã toda conversando. A Vitória ficava andando nos cômodos da casa, já que não tinha outra coisa pra fazer, não sabíamos quem estava mais nervosa.
- Me desculpe, preciso ir, esta ficando tarde e eu tenho compromisso. Outra hora passo aqui novamente. Obrigada por tudo.
Dou um abraço acolhedor nela e saio, amei a simplicidade dela.
- Hospital? Pode me levar?
Concordo com a cabeça mas me lembro que não perguntei qual hospital ela falava.
- Vamos procurar o hospital primeiro.
Dou um sorriso.
- Ok!
Dou um sorriso pra ela, e dou partida no carro em direção ao hospital mais popular da cidade. Temos esperanças.
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A Garota Fantasma
Fanfiction(SE VOCÊ ESTÁ VENDO ESSE LIVRO EM OUTRA PLATAFORMA SEM SER O WATTPAD, POR FAVOR SE RETIRE, ESTA COM RISCO DE SOFRER UM ATAQUE VIRTUAL) Tudo pra mim era vazio. Ninguém me via, ninguém sabia ninguém me sentia... Eu era um nada. Perdida, condenada talv...