Recomeço.

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Vitória Falcão.

Tava sentido gosto de sangue na boca. Mas não era maior que a raiva de fazer carne moída da cara do Maicon. Mas talvez eu esteja errada também. Cheguei na vida dos outros como intrusa. Se bem que arremessar um prato na minha cabeça não seria tão mal pra poder pagar. Mas ele também é um idiota por já chegando me esmurrando. Ele é um canalha.

Ana fecha a porta e se aproxima de mim. Seus olhos estavam com indício de choro, e alí eu viro manteiga derretida nunca gostei de ver quem eu amo chorando.

- Me desculpa por ele. Mike não sabe conversar chegou já batendo em você.
Ela rapidamente enxuga uma de suas lágrimas.

- Me espere só um pouco.

Ela sai e vai até o seu quarto e depois volta com uma caixinha de kit de primeiros socorros.

- Deixa eu cuidar desse machucado.

Ela delicadamente passa o algodão nos meus lábios com um remédio amargo que não sei o nome. 

- Me desculpa por isso...

- Para de se culpá. O errado fui eu. E ele também por já chegar me agredindo.

Tateio o bolso da minha calça e pego o seu colar

- Aliás, Seu colar.

Mostro e lhe entrego o colar.

- Obrigada!

Ela coloca o colar e nós fica num silêncio constrangedor. Ela me olha como me pedisse pra falar algo, mas de minha boca vai sair só um:

- Eu preciso ir embora. Obrigada por cuidar do meu machucado.

Paro de fitar o chão e me levanto.

- Hey!

Ela me olha e abre a boca umas duas vezes querendo falar algo, mas só sai um:

- Ok. Me passa mensagem depois quando chegar?

Concordo e saio. Mas sem antes dela me puxar e me da um beijo bem calmo e delicado.

- Tem gosto de metiolate.

Ela passa a mão na sua boca e da um sorriso. Ah, então era metiolate que ela passou. Começo a rir.

- Me desculpa, até me esqueci da sua boca machucada.

Ela coloca sua mão no rosto tampando com vergonha. Que coisa mais cuti cuti de neném.

- Hey, antes de ir. Eu quero te falar uma coisa.

Me escoro na porta e lhe observo.

- No que tu define entre nós?

Me travo. Eu queria muito ser algo dela, principalmente ser seu amor.

- Seremos um caso indefinido.

- Vih...

Ela fala com o tom de voz baixo.

- Se for ficar, fica de uma vez não enrola. Ok? Mas quero que tu pense em tudo pra não se arrepender depois.

Ela segura minha mão e da um beijo na mesma.

- Vamos tentar construir algo Ana. Mas por enquanto nada de rótulos.

Ela da um sorriso de orelha a orelha.

- Te amo grandona!

- Também te amo Ninha.

Ela vem até em mim e me da um abraço casa.

- Se cuida pequena!

Dou mais um sorriso e saio.

Por favor, alguém desliga o liquidificador dos sentimentos?

Eu acho que estou sendo a mulher mais sortuda. Só do fato de poder ter novamente a Ana Clara ne minha vida ao vivo e a cores...

A Garota FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora