INCÓGNITA • pjm✕jjk

• BREU • 4

1 mês depois.

Três toques soaram em minha porta.

— Por favor, entre.

— Bom dia Sr. Park, vim preparar seu banho e suas vestimentas para que possa almoçar. - Uma voz feminina me instruiu calmamente, era Jisoo.

— Ah, mas já é a hora? - Perguntei preguiçosamente.

— Você ouvirá umas boas broncas de nossa rainha Sr. Park, não seja tão preguiçoso. - Jisoo tinha um olhar bondoso.

— Por que tanta cordialidade, Soo? Somos melhores amigos, sabe bem que pode me chamar apenas de Jimin ou pelo apelido. - Retruquei intrigado pelo comportamento da moça.

— As pessoas podem nos ouvir e posso ser demitida, sabe disso. - Ela começou a me puxar para fora da cama. - Ainda mais com a rainha pegando no meu pé.

— Não permitiria que meu pai fizesse isso, você sabe muito bem que isso nunca aconteceria.

— Vamos, levante! - Ordenou dessa vez meio impaciente. - Sabe que falta apenas uma semana para a reunião das colônias. - Ela ignorou o que eu havia dito e resolveu tocar no assunto tão odiado por mim.

— Não me lembre, por favor! - Esfreguei as têmporas me sentando na cama. - Argh! Por que isso tem que acontecer? - Esbravejei me levantando.

— É desta forma que nosso reino progride e as colônias sobrevivem! - Respondeu brevemente tentando melhorar a situação.

Jisoo me empurrou até o banheiro me ajudando a tirar algumas peças do pijama. Nos conhecíamos desde pequenos, intimidade era o que tínhamos de sobra, principalmente pelo fato de que ela é extremamente profissional e não vê malícia nisso.

— Nossa colônia possui altos índices econômicos, não se preocupe. - Ela disse atenta as minhas reações.

Olhei-a no canto dos olhos com certa irritação ao ouvir sua fala.

— Você sabe muito bem o porquê. - Minha voz saiu quase inaudível.

— Oh, entendo. - De repente seu olhar caiu. - É porque os pretendentes surgirão durante a reunião?

— Eu não posso simplesmente ser um ômega livre? O que há de errado nisso? A ideia de ser obediente a um alfa me enfurece e os casamentos arranjados deveriam ser proibidos, deveriam ser crime. Crime!

— Não entendo, os ômegas reais deveriam decidir se querem casar ou não. - Jisoo dizia enquanto revirava os olhos irritada. - Mas não se martirize por isso, não é como se você fosse sofrer.

Sem demora ela começou a lavar meus ombros e cabelos fazendo muita espuma pela tina d'água.

— Diz isso porque é alfa. - Retruquei incomodado.

— E você reclama porque nunca permitiu que um alfa sequer te conhecesse. - Seu tom acompanhava sua força, que agora colocava mais intensidade na esponja em minhas costas.

— Ai! Não seja tão bruta. - Senti uma leve ardência na nuca devido a mão rude posta pela moça.

Depois de ajudar a me aprontar para o almoço real, Jisoo me guiou e desci rapidamente as escadas até a sala de jantar. Chegando lá encontrei meus pais e meu irmão conversando em voz mais alta e eufórica, todos ficavam muito felizes com a reunião das colônias, com exceção da minha pessoa. Havia completado dezoito anos em outubro e meus pais pretendiam me arranjar um casamento na próxima reunião. E a ideia de um casamento arranjado, cujo ambos não dividem sentimentos mútuos de amor me embrulha o estômago.

Me aproximei silenciosamente, evitando os olhares julgadores da família e fui até o rei depositar um selar em sua destra.

— Como sempre. - Começou minha mãe com uma de suas mãos na têmpora e a outra estendida para mim.