• ANIL • 3

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Antes que os pássaros pudessem erguer voo, a voz de Park Yangmi já era ouvida pelo castelo principal, despertando quem estivesse em seu caminho.

— Não ouse chegar antes das cinco horas, mocinho! - A rainha dava sua primeira ordem do dia e sem sombra de dúvidas esta era designada à minha pessoa

— Trarei suas rosas, mãe! - Berrei enquanto corria para porta de entrada. - Quer alguma sobremesa? Algum bombom?

Parei apoiado na porta de entrada e esperei sua resposta em forma de grito.

— Quero você vivo, aqui neste castelo! Antes das cinco! - Yangmi berrou furiosa com a minha falsa simpatia. - Mas pode me trazer trufas de cereja, eu adoraria.

Revirei os olhos e fechei a porta.

— De boba você não tem nada, não é mesmo Park Yangmi? - Retruquei do lado de fora em tom baixo, praticamente comigo mesmo.

Desci alguns degraus de cabeça baixa, mas assim que a ergui me deparei com um homem bem trajado com envelopes em suas mãos. Certamente era a correspondência.

— Bom dia Vossa Alteza! - O jovem beta me cumprimentou animado.

Respirei profundamente, filtrando cada sentimento de ira e então fitei o rapaz.

— Acho que você é novo, por tanto não dirija-se à mim como Alteza! Por favor, apenas Senhor Jimin ou só Jimin.

— Claro! Senhor Jimin, você recebeu uma carta diretamente da Colônia do Carvão. - Ele estendeu um envelope preto com o lindo brasão da colônia.

— Oh, obrigado! - Apanhei a carta e ele fez uma rápida reverência para então zarpar de volta ao seu posto.

Assim que pude ficar só, sentei-me nas escadas da entrada e observei cada detalhe do envelope minuciosamente. Tinha uma pequena ideia sobre quem poderia ter enviado esta carta, mas preferi não me precipitar. Após minha ligeira inspeção do exterior da carta, finalmente tomei coragem para descobrir o que havia em seu interior. Rompi o brasão que lacrava o envelope e encontrei uma carta escrita em papel escuro, com uma grafia impecável feita a tinta branca.

"Prezado Sr. Park,

Já faz tanto tempo que não nos vemos. Em meio à quietude da noite, quando meu coração deveria estar tranquilo no sono que suspende as maiores preocupações, eu não consigo evitar a ilusão do meu coração. Eu sonho que ainda estou contigo, meu querido Jimin. Eu o vejo, falo contigo ouço tuas respostas. Não há nada que possa substituir o seu toque e o seu perfume, meu coração falha como se dependesse de uma última batida e a única solução para esta angústia amarga, é você.

Cordialmente, LT."

— LT? - Dedilhei a carta muito confuso.

Aparentemente esta maldita carta abalou meu emocional, porque o meu coração começou a palpitar de maneira que ele nunca bateu. Estaria eu, apaixonado? Não, definitivamente não é paixão. Talvez eu só esteja contente por saber que tenho um admirador secreto ou coisa do tipo, mas preferi esquecer isso de uma vez e resolvi guardar a carta no bolso do poncho que sempre usava quando saía.

— Hoje teremos a segunda aula sobre herbologia, não tenho tempo para paixões. - Me levantei da escadaria e resolvi que iria andando até à capela.

Andei quilômetros até encontrar a velha capela, que por sinal parecia estar mais aberta que o comum. A porta de entrada estava aberta e as barricadas já não se encontravam mais nos vitrais, por alguma razão isto me despertou uma leve preocupação.

— Nix! - Exclamei assim que avistei ela carregando um dos seus móveis para fora do lugar. - O que está havendo aqui?

— Pequeno Jimin, venha. - A anciã estendeu os braços para que eu abraçasse ela, o que rapidamente atendi. - O que faz aqui hoje?

INCÓGNITA • pjm✕jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora