INCÓGNITA • pjm✕jjk

• CUNTATÓRIO • 44

⚠️ capítulo contém tortura e violência

Uma semana depois

Tudo parece calmo e puro, no silêncio da alvorada num sossego de pura calma, o inverno do meu tempo começa a brotar e minar. A neve cai devagar parecendo algodão, vem em flocos no ar e se transforma em gelo no chão. Por fim, a paisagem de outono diz adeus à todos e o amarelo alaranjado dá lugar ao branco caiado. O aroma natural da manhã me faz inflar as narinas e deixar que o cheiro invada o meu ser. As manhãs, que antes eram maiores inimigas, hoje são meus momentos favoritos do dia. Se tornaram minhas aliadas à força, pois a rotina de quem carrega o fruto da vida dentro de si, requer cuidado em demasia.

Ouvi pouco a pouco, murmúrios de gente passar pelos corredores às pressas, a dezena de servos encarregadas pelos meus cuidados. Fiz o meus afazeres matinas, tomei as pílulas de vitaminas e as outras medicações, para que pudesse logo ir ao salão de jantar comer alguma coisa.

— Não acredito que estou realmente fazendo isso, mas Jisoo acorde, o café da manhã já deve estar pronto. - Chacoalhei o corpo da alfa estirado pela cama com os cabelos todos bagunçados e o rosto amassado.

Jisoo passou a dividir o quarto comigo desde a minha alta na ala hospitalar, voltamos ao meu castelo e agora somos só nós dois.

— Quer que eu peça para alguém deixar seu café separado? - Me sentei ao seu lado na cama e acariciei seus cabelos escuro, ela assentiu ainda meio inerte e então saí do quarto para deixá-la dormir.

Meus pés misteriosamente foram descartados de usar gesso, o último raio-x que havia feito só constava uma fratura leve que precisava de o uso de uma meia ortopédica. E o mesmo vale para o meu pulso, não precisei usar nem mesmo uma munhequeira. Quando soube da notícia fiquei extremamente confuso e curioso, pois eu tinha quase certeza de que meus pés e pulso estavam muito fraturados.

Bom, felizmente eles estão ótimos agora e posso andar com calma normalmente. Desci as escadas com cuidado, sem escorrer pelo corrimão, degrau por degrau até o salão.

— Estou muito orgulhosa de você! - Kyo me recebeu com um abraço quentinho e um sorriso gracioso. - Imagino o quanto se esforçou para não descer correndo estas escadas. - Riu fofa.

— Obrigado, Kyo. Só um filhote mesmo para me aquietar. - Disse acompanhando sua risada. - Mas então, o que vamos comer hoje?

Kyomun deu espaço para que eu pudesse admirar a mesa impecável que ela havia preparado para mim.

— Uma vitamina verde, frutas com aveia e um iogurte de morango e inhame para ajudar a descer tudo isso.

— Mhm, que maravilha. - Sorri desengonçado e ela gargalhou, pois sabia que esta não era uma dieta muito apetitosa.

Me sentei na mesa redonda e mordisquei as uvas e kiwis que tinham na tigela.

— Saudações Príncipe Jimin. - O meu guarda costas Shin Hoseok cumprimentou-me com os braços largos envolvendo meu corpo pequeno num abraço.

Shin Hoseok ou Wonho, é um alfa da Capital que trabalha para inteligências secretas, tem cargo alto no exército e é campeão olímpico de arco e flecha. Minjung o contratou sem pensar duas vezes, pagou caro por ele. Ele assumiu o posto assim que fui resgatado, nos conhecemos cedo e ficamos íntimos até. Pareço carregar alguma fórmula secreta para atrair tão facilmente as pessoas para mim. Apesar do físico robusto, ele é uma pessoa muito sensível e carinhosa.

— Wonho, bom dia. - Sorri amigável e toquei seus braços em volta de mim. - Você está cheiroso. - Encostei meu nariz em seu antebraço e inalei o perfume que tinha ali. - Eu sou marcado, por um Lúpus, é praticamente impossível sentir o cheiro de outro alfa. O que você fez?