INCÓGNITA • pjm✕jjk

• CHÁ • 18

Jungkook POV

O outono é uma estação de se admirar. Não faz do tipo que chega, sua presença simplesmente surge de modo sutil através do frescor ameno da manhã, da pétala dourada de jasmim que cai sobre o ladrilho do jardim e o doce calor do Sol que se resguarda atrás das nuvens.

— Saúdam o dia. - Sussurrei ao ser tocado pelo belo vislumbre que atravessava as cortinas de seda clara.

Os vitrais do quarto estavam preenchidos por muitas gotículas d'água que da noite passada haviam caído com a tempestade. Apesar do fenômeno assustador, tive o privilégio de descansar ao calor do corpo de Jimin com apertos e afagos. Suas mãos pequenas deixaram de ser frias por tanto tempo e mesmo me causando intensos arrepios, senti-las em minhas costas em um singelo carinho de passear as pontas de cima a baixo em minha coluna era deleitoso e único. Seu toque mais parecia uma toxina que ao invés de te matar, te causa extrema dependência e alegria.

— Saúdam o Sol. - Respondeu Jimin em sua voz de manha sem despertar ao todo.

Sorri serenamente e selei seus lábios bem macios e um pouco inchados. Pela manhã sua presença era a minha favorita, sempre me procurava com as mãos pequenas para que eu acariciasse seus cabelos alvos até que cochilasse outra vez. A boa relação que hoje fora desenvolvida, possui tremenda importância em minha vida. Após meses ingerindo inúmeras cartelas de supressores, meu interior finalmente sentiu sua liberdade. A princípio sua reação foi de muita revolta comigo, mas minha perspectiva sempre foi de algo meramente manipulável. Agradeço e muito valorizo a calmaria que hoje o lobo se encontra, sem ela não estava sendo possível sobreviver ao social.

— Acordado já? - Jimin finalmente acordara, tinha sua voz calma e sonolenta.

Assenti em resposta a sua pergunta e voltei a admirar a paisagem que se formava lá fora. O ômega se aproximou do meu corpo na cama agarrou minha cintura, colocou a cabeça em meu peito e esfregou o rosto como um gato. Era possível ouvi-lo ronronar em alguns gemidinhos manhosos. Jimin controlava meu corpo com seus toques e sons facilmente.

— Que horas são, querido? - Indagou enquanto suas mãos acariciavam meu abdômen por debaixo da camisa com cuidado.

— Acredito que seja por volta das onze e meia. - Meu tom acompanhava da mesma preguiça que o dele.

De repente, ele se levantou bruscamente e estampou um olhar preocupado e até mesmo assustado.

— Ai não! - Exclamou desesperado. - Querido, hoje é o chá de bebê do meu irmão!

— O que é que tem? - Me deitei de bruços na cama não dando tanta importância para o que dizia.

— O chá começa em menos de uma hora! - Ele gritou se levantando da cama apressadamente.

— Céus! - Havia me esquecido do horário. Éramos parte da família, tínhamos que ser os primeiros a chegar.

Fui até o banheiro rápido e comecei a tirar o pijama, enchi a tina e apanhei algumas toalhas.

— Eu vou tomar ban-

Jimin entrou sem bater, cortou a própria fala e deu um grito assim que me viu de costas com apenas uma toalha branca na cintura. Não resisti em rir alto do seu desespero, seus costumes puritanos deixavam a situação ainda mais cômica. De fato a família Park segue a risca os costumes reais, visto que não restam dúvidas de que Jimin não teve seu primeiro cio. Há pouco tempo que atingira a maioridade, por isso o momento estava por vir. Mas enquanto não vinha, os seus gritos ecoavam pelo castelo a cada segundo que me via seminu.

— Por que você não me avisou?! - Jimin esbravejou atrás da porta do banheiro.

— Você deveria ter batido antes, gatinho. - Respondi travesso.