• BOAS VINDAS • 38

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O ocaso do dia coloria os céus em tons quentes e ornamentava o infinito. Suas poucas nuvens eram bem distribuídas e o canto das aves melodiava um contente adeus ao Sol. A serenidade de mais uma tarde fascinava aqueles que caminhavam pela entrada ladrilhada do castelo. À volta contemplavam um imenso jardim de arbustos simétricos e camélias que em breve floresceriam.

Uma rápida inspiração foi suficiente para identificar a mais doce fragrância do amor. Em meio ao conflito de cheiros ali, um deles em particular me despertou entusiasmo e alegria. O coração se sentia livre para palpitar mais que o devido e vez ou outra errar as batidas. A porta principal se abriu e os que estavam a dentro, agora saíam. Bastou uma simples troca de olhares para que sentisse cócegas no estômago, um semblante lépido e vivaz, um sorriso sem controle e o peito cheio de paixão. Subi as escadas e o ergui em meus braços calorosamente, seu corpo rodeou o meu e dividimos o mesmo riso.

Antes que pudesse ao menos pronunciar seu nome, seus lábios interromperam os meus com seu toque brando e de muito carinho. Seu sabor parecia mais intenso que o habitual, talvez por meu anseio, mas sem dúvidas tão doce quanto seu aroma. Perpassava o meu peito o sentimento genuíno de saudade e o beijo era a menor distância que poderíamos ter, que queríamos ter.

— Como eu senti falta do seu sorriso, coelhinho. - A voz mansa do Jimin era como um anestésico para a dor mais intensa que se pode sentir.

— Pensei que fosse enlouquecer se não o visse logo, Sr. Jeon Jimin. - Disse cordialmente e ele riu. - Não podemos nos separar por tanto tempo, não gosto do vazio que fica em mim.

— Você dificulta tanto meus desejos. - A sonoridade travessa em sua fala me despertou das mais intensas sensações.

— Como pode? - Indaguei confuso. - Quando sou o que mais anseia realizá-los. - Resvalei nossos lábios, de olhos fechados sentíamos o sorriso do outro. - E agora, para onde vamos? - Mordi o seu lábio e ele riu outra vez.

— Já chegou pensando em sexo? - Jimin colou sua pélvis na minha e um grosseiro arrepio percorreu o meu corpo.

— Exato, decida onde faremos.

— Não podemos, agora não. - Ele se desvencilhava, mas mantinha proximidade. - Nossos convidados já entraram, temos que recepcionar todos e dar as boas vindas.

— Você sempre quer ser o bom garoto. - O olhei de cima feito um predador fascinado pela presa. Em minha íris quase rubra refletia a mais pura luxúria. - Não me admiro que todos falem tão bem da sua pessoa, Sr. Jeon Jimin. - Direcionei os lábios a sua orelha e sussurrei em seu ouvido. - Mas você não me escapa.

Sua doce gargalhada me trouxe a tranquilidade que por dias esperei. Admirei cada detalhe de sua feição alegre e em silêncio prometi que jamais o deixaria distante por tanto tempo. Cada segundo preso em seu olhar curava toda dor em mim, a tristeza se esvaia e o redor se calava apenas para ouvi-lo. Sua alma sabia exatamente onde tocar, meu coração sentia seu contato sereno.

— Antes de entrarmos eu quero te entregar algo, um presente. - Estendi o buquê de rosas brancas a ele e o seu semblante irradiou um brilho único. - Foram as mais belas que escolhi, mas além delas eu também trouxe outro. - Tirei o medalhão do bolso e o seu sorriso cresceu exponencialmente.

— É tão lindo! - Jimin exclamou fascinado. - Você é tão atencioso. - Disse antes de nos beijarmos. - Eu adorei, obrigado. Com este medalhão poderei te carregar por onde quer que eu vá. Colocarei uma bela fotografia sua bem aqui. - Ele apontou para um dos lados internos do medalhão.

Permaneci extasiado com sua presença, me via cada vez mais entregue a sua existência em minha vida. Ele narrava como fora a festa animadamente, dizia como os encontros entre ômegas era importante e outras dezenas de informações. Enquanto contava, o guiava para dentro do castelo sem deixar de ouvir cada detalhe. Entrelaçamos nossas mãos e fomos até o salão de jantar para recepcionar os convidados.

INCÓGNITA • pjm✕jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora