INCÓGNITA • pjm✕jjk

• ORDEM • 12

O beta que aparentava ser um dos guardas do Palácio me arrastava para fora do salão. As pessoas se amontoavam em volta de Taemin. Fiquei aliviado ao ver alguns paramédicos se aproximando dele com máscaras de oxigênio. As lágrimas entalaram nos cantos, meus olhos ainda ardiam e meu nariz estava obstruído. O guarda me levou à entrada principal, onde encontrei uma única carruagem estacionada. Finalmente o maldito beta me deixou em paz, apenas direcionou a mão direita à porta do veículo para que eu entrasse. Engoli seco e andei lentamente até o coche. A porta se abriu e um ranger bizarro das dobradiças soou assustador em meio a todo aquele silêncio, onde só se ouvia o vento soprar. As folhas dançavam pelo ar fazendo os fios do meu cabelo acompanharem a dança e se bagunçarem. Sentia uma onda de calafrios correr pelo corpo e suei frio. O ambiente era sombrio.

— Papai?

— Entre imediatamente. - O timbre alfa dele me fez encolher.

Se antes estava apreensivo, agora estava em pânico total. Apesar de estar apavorado entrei logo na carruagem e encontrei Minjung sentado em minha frente com as pernas levemente abertas e as mãos caídas sobre os joelhos. Não conseguia enxergar seu rosto, uma enorme sombra escura cobria seu rosto. Em sua totalidade, o momento me deixava em puro terror.

— Não diga uma só palavra. Vamos conversar no castelo. - Seu tom fazia meu corpo estremecer e se encolher ainda mais.

Assim fiz, obedeci e permaneci calado toda a viagem. O cocheiro começou a caminhar e cada trote era uma palpitada mais forte do meu coração. Minjung usou seu timbre de alfa, com toda certeza algo o irritou completamente. A viagem mal começou, mas queria respostas para todo aquele suspense. Afinal, não havia cometido deslize algum ao meu ver. Talvez meu comportamento, as coisas que disse para ele ou a noite que exigi permanecer na Colônia das Névoas. Os problemas com o meu pai tinha um avanço gradual após reunião. No decorrer desses últimos dias, notei seu estado exausto com os meus casos. Toda aquela tensão me fazia suar e bolar ideias sobre o que o rei diria e faria comigo. O sangue que corria em minhas veias fervia, quando percebi já criava paranóias extremas sobre o real motivo para estar passando por aquele silêncio torturante.

Não demorou muito para os cavalos brecarem, estacionamos em frente a um castelo desconhecido. Era uma estrutura majestosa, pintada no dourado e branco. Em volta de todo o castelo haviam árvores brancas que faziam tudo ficar bem homogêneo. Parecia ter acabado de nevar, o clima era gelado e a paisagem era alva. Assim que paramos, o rei se levantou e saiu da carruagem me puxando pelo punho, seu toque era bruto e me machucava levemente.

"— Que lugar é esse?"

Notei que uma outra carruagem do Palácio permanecia estacionada em frente a nossa.

"— Quem poderia estar aqui?"

Nenhuma das minhas perguntas seriam respondidas se fossem feitas ao meu pai, por isso permaneci calado o seguindo. Entramos apressadamente pela entrada gigantesca e andamos pelo castelo até encontrarmos uma porta colossal de madeira branca. Minjung permanecia em silêncio, sua feição estampava fúria. Prontifiquei de antemão conseguir ouvir as duras palavras que meu pai diria em breve.

Ao atravessar a imensa porta adentramos um salão silencioso com pouca luz, Minjung carregava um candelabro consigo, por isso enxergava muito pouco daquele lugar. Percebi que era uma sala branca com arabescos de flores metálicas, tudo era muito delicado e sofisticado. Mesmo com a iluminação débil do candelabro consegui perceber duas silhuetas no pequeno breu. Fomos nos aproximando e finalmente vi uma das sombras, era Jeon Jungkook e seu pai.

— Abra as cortinas Katsuo, por favor. - Papai já não usava mais o timbre alfa. Infelizmente ainda estava muito sério e isso me deixava apavorado.

Enxergava muito pouco com a escuridão, por isso fiquei parado aonde Minjung havia me deixado. A tensão tomava conta daquela sala cada vez mais. Haviam três alfas, dois lúpus e somente um ômega. Tinha certeza que meu pai não permitiria que nada acontecesse comigo, mas ultimamente ele me parecia tão zangado capaz dele mesmo me castigar.