INCÓGNITA • pjm✕jjk

• SÁPIDA DOR • 45

⚠️ contém tortura e violência

🕯
deixe sua estrelinha

Pelo corredor colossal do Palácio, o ômega Park retornava ao salão que o leilão ocorria, não tinha pressa em seus passos. Sua mente não pertencia a esta realidade, nada no momento o acalmava, seus pensamentos buscavam respostas em outros lugares e em outros refúgios. A sola amadeirada de seu sapato social ecoava um alto pisar no chão liso do Palácio, e este parecia ser o único som captado pela mente silenciosa de Jimin. Por hora.

"— Jimin."

JM POV

Enquanto caminhava, ouvi alguém sussurrar pelo meu nome. Parei, esperei algum tempo até ouvir outra vez e então notei semelhança na voz.

"— Me ajuda, Jimin."

O som da voz ecoava pelo corredor e desaparecia após um eco assombroso. Olhei a minha volta, encarando qualquer lugar que o sussurro poderia estar vindo. Ainda estagnado ali, observei pela fresta de uma porta semicerrada e notei um feixe de luz claro. Ao me aproximar, me esgueirei para olhar de onde o som vinha.

"— Jimin, por favor."

Mas de repente, um grito alto e sôfrego bradou em meus ouvidos e o meu coração disparou ao perceber a quem pertencia. A porta fechou bruscamente, me fazendo afastar para longe assustado.

— Jungkook! - Clamei apavorado. - O que está acontecendo? Onde você está? Jungkook! - Gritava descontroladamente e repuxava a maçaneta da porta que fora trancada. - Alguém me ajuda, o Jungkook corre perigo! Jungkook! - Berrei aos prantos até cair no chão em desalento.

— Ji! O que houve? - Jisoo apareceu tão assustada quanto eu. - Alguém te machucou? Está sentindo dor? - Ela me abraçava e questionava o motivo do meu pavor.

— O Jungkook! Soo, ele precisa de mim! - Gritava transtornado tentando me desvencilhar da moça e alcançar a maçaneta da porta. - Ele precisa de ajuda!

— Ji, ele não está aqui. - Ela tentou me acalmar mais uma vez. - Isso é só um almoxarifado, veja! - Então a morena abriu a porta tranquilamente, me dispondo a ampla visão de um cômodo pequeno com baldes e vassouras. - Ele não está aqui, querido.

Meus olhos carregados de lágrimas se encontraram com os dela, sua feição de pura pena me trouxe para a realidade. O ápice da minha loucura foram delírios e logo que cai em mim, notei o quão ridículo estava.

— Sim. - Minha voz fanhosa pelo choro me deixou ainda mais envergonhado. - Acho que ouvi coisas além do que deveria.

— Vamos ao lavabo juntos? Seu rosto ainda está molhado. - Jisoo me ergueu do chão calmamente e então fomos ao final do corredor.

— Tudo bem, vamos. - Respondi como pude e forcei o choro a dentro.

Após alguns minutos me recompondo, decidi que iria até o jardim descansar a mente com a minha mãe. Jisoo retornou ao leilão e por um tempo fiquei com a rainha caminhando calmamente pelos campos de neve. No entanto, Yangmi ordenou que fossemos para dentro, pois se preocupava com a minha saúde e a do meu bebê. Caminhamos juntos, tranquilos e alegres até o local onde o evento real acontecia. Após muito refletir, comecei a traçar decisões importantes para o meu futuro e, mesmo que fosse em silêncio, comemorava o meu mínimo esforço para evoluir.

— Senhoras e Senhores, vamos!

A voz do anfitrião soava pelo salão, as pessoas logo se encantavam com o deslumbre que o leilão estava. O evento acorria muito bem e o homem com o martelo de madeira em mãos anunciava uma nova venda.