CAPÍTULO 37: Centro de idosos

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Nós podemos ir a qualquer lugar que quisermos
Dirija até a costa, pule no assento
Apenas pegue minha mão e venha comigo
|East Side - Halsey ft. Khalid

SOPHIA

   Eu e Daniel já estávamos fora da cidade por quatro horas e tínhamos chegado em Brainerd. O céu já tinha escurecido e eu estava mais cansada do que imaginava.

Nós precisávamos de um lugar para passar a noite.

─ Que tal esse? ─ ele apontou para um prédio neon chamativo de dois andares.

─ Isso parece um... motel. ─ fiz uma careta e escutei ele rindo.

─ Não é um motel. ─ apontou para o lugar novamente e eu me recusei em olhar. ─ Tá... e aquele ali?

Olhei para a pousada que ele tinha mostrado e balancei a cabeça. Escutei ele resmungar impaciente.

─ Vamos logo, Sophia... eu estou faminto.

─ Eu também mas temos que ter calma.

Ele cruzou os braços e pude observá-lo revirar os olhos.

─ Tá, tudo bem. ─ suspirei derrotada. ─ Deixa eu só estacionar.

Com dificuldade devido a muitos carros na estrada, estacionei ao lado da grande pousada que ele tinha apontado e então descemos do veículo, andando em direção à ela.

Eu estava nervosa e acho que Daniel também. Andamos silenciosos um ao lado do outro e entramos na pousada - que era aconchegante e com um estilo retrô.

─ Tá vendo que esse lugar não é tão ruim? ─ ele me olhou e eu sorri, confirmando.

Caminhamos até o balcão da recepção onde uma mulher adulta - cabelos longos e escuros, farda com a logo da pousada e semblantes cansados - estava e pedimos à ela um quarto.

─ Estamos cheios. ─ respondeu. ─ O hotel principal no início da cidade foi infestado e então todos os seus inquilinos foram transferidos para cá.

─ Não sobrou nenhum? ─ perguntei. ─ Precisamos muito de um quarto.

─ Eu posso anotar o nome de vocês e pedir ao dono do hotel, mas vão ter que esperar três horas até ele chegar.

─ Três horas? ─ Daniel de aproximou.

─ Não podemos esperar três horas. ─ conclui e me senti mais derrotada do que nunca. Parece que não iria sair como eu planejei.

─ Por acaso você aceita suborno? ─ Daniel insistiu e eu franzi as sobrancelhas sem entender.

─ O quê? ─ dei risada.

─ Sinto muito. ─ a moça continuou com seu semblante cansado.

E então, nos saímos do local e voltamos para o carro. Ou melhor: para a estaca número 1. Quando entramos e sentamos no banco do automóvel, eu me virei e ironizei:

Você aceita suborno?

Daniel olhou para a minha cara e nós dois caímos na gargalhada.

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