CAPÍTULO 41: Coisa de adolescente

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Estou com o meu eu agora
Me deixe te dizer como é se sentir ótimo
Eu me sinto ótimo
|Best friend - Rex Orange Country

SOPHIA

   Acordei cedo com o reflexo do sol no meu rosto e com o barulho de insetos ao meu redor.

Eu estava no banco de trás do carro e desconfortavelmente deitada no peito de Daniel. A posição era ótima porque eu escutava seu coração e sentia seu cheiro mas também era ruim porque o carro era pequeno demais para nós dois.

Levantei com cuidado para não acorda-lo e passei para o banco da frente. Abri a porta e sai, observando o local ao redor completamente vazio e deserto.

Andei até perto da estrada e então, cruzei os braços e fiquei parada por um tempo. Suspirei e antes de voltar, escutei uma voz feminina:

─ Ei, moça! ─ virei para a direção de onde uma moça estava parada carregando um carrinho de supermercado. ─ Vocês bateram?!Precisam de ajuda?!

Balancei a cabeça e acenei com as mãos enquanto corria de volta para o carro, com intenção de acordar Daniel.

Quando cheguei lá, ele já estava disperto e com um semblante confuso.

─ Ainda bem que já acordou, vem cá! Arranjei ajuda.

─ O quê? ─ coçou os cachos e eu ri. ─ Merda, tô com muita dor de cabeça.

─ Você está com ressaca.

─ É verdade... ─ ele abriu os olhos e se espreguiçou. ─ Nunca achei que iria ficar de ressaca de novo. A minha primeira vez foi com o Todd.

Eu dei um sorriso compreensível e então antes de ele sair do carro, colocou sua prótese. Era estranho vê-lo sem, porque eu nunca tinha visto ninguém antes assim, mas fui tentando não demonstrar o meu desconforto e logo depois me acostumando.

A moça que estava nos esperando na estrada nos indicou uma espécie de atalho que levaria apenas quinze minutos empurrando o carro até um posto em frente à uma lanchonete.

Não tivemos outra opção e seguimos pelo atalho que ela tinha dito. Na metade do caminho Daniel resmungou dizendo que a mulher poderia estar nos enganando e eu quase acreditei, até que vi o posto.

─ Finalmente. ─ Daniel exclamou e se sentou no batente da calçada, tirando sua prótese com rapidez. ─ Merda.

Observei a ponta da sua perna vermelha de tanto ele fazer força e me senti culpada. Mas eu não podia fazer nada. Ou a gente empurrava, ou ficávamos presos no meio do mato.

─ Tá doendo muito?

─ Não. ─ negou mas acho que ele mentiu, querendo parecer forte.

─ Ok... ─ olhei em volta e apontei para a lanchonete. ─ Você coloca a gasolina que eu vou comprar alguma coisa pra a gente comer.

Ele balançou a cabeça e eu deixei o dinheiro na sua mão.

Fui em direção a pequena lanchonete que sinalizou assim que eu abri a porta. Tinham mesas ao redor e algumas pessoas sentadas. Em um canto isolado, um homem com um aparelho que parecia ser de desenho.

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