CAPÍTULO 42: A teoria do destino

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Não se sinta mal por mim
Eu quero que você saiba
Do fundo do meu coração
Eu ficarei feliz em partir
|Asleep - The Smiths

DANIEL

     Eu não conseguia parar de ficar encarando a minha tatuagem por baixo do plástico de proteção. E também não conseguia parar de imaginar se o Todd, onde quer que ele esteja, estava vendo oque eu tinha feito ou não.

─ Chicago. ─ escutei Sophia ao meu lado sussurrar e então, virei para a vista na minha frente.

Encarei a placa iluminada que dizia que tínhamos chegados em Chicago - o lugar em que o pai da Sophia estava. Senti pela sua voz que ela estava muito nervosa, e então, pensei em alguma coisa para distraí-la antes do momento que ela tanto esperava mas foi ela que acabou tendo uma idéia:

─ Por que a gente não da uma pausa para respirar antes? ─ apontou para o canto da rua.

Eu balancei a cabeça concordando e então estacionamos.

─ Que tal... a gente ver como está a nossa sorte?

Franzi as sobrancelhas sem entender e então me virei para trás, dando de cara com uma barraca de tarot.

─ Eu não acredito muito nessas coisas... ─ respondi, hesitante.

Tinha apenas uma moça sentada lá atrás da mesa na barraca. Ela vestia umas roupas diferentes e parecia estar sorrindo e mexendo nas cartas em cima da mesa.

─ Tá com medo? ─ Sophia riu.

─ Não. ─ talvez.

─ E porque não quer ir lá?

─ Sei la, é que... isso é besteira. A sorte, o destino, é tudo bobagem. O futuro não está escrito, você é quem decide.

Observei Sophia balançar a cabeça mesmo não concordando comigo e então, virando-se na direção da barraca. Merda.

Andei rápido até alcançá-la.

─ Eu estava esperando vocês. ─ a moça sorriu assim que paramos de frente para ela. Tá, eu realmente estou com medo.

Eu me afastei um pouco da barraca enquanto Sophia ficou lá, e a mulher começou a falar.

─ A carta de hoje para você é... o rei de copas. ─ mostrou um desenho colorido de um rei sentado em uma cadeira. Sophia me olhou com expectativa. ─ O rei de copas recomenda que você entre em contato com aquela parte da sua alma que é sabia e sensível. E ao mesmo tempo, procure ouvir os problemas dos outros. Você vai perceber que existem pessoas com um sofrimento mais intenso que o seu.

Eu cruzei os braços e encarei a garota ao meu lado, que sorriu gentilmente, agradeceu e me puxou de volta para o carro.

─ É, você tem razão... ─ disse, enquanto ligava o carro. ─ Não teve nada haver.

Dei e ombros e coloquei o sinto.

─ Você sabe onde ele mora? ─ perguntei, mudando de assunto.

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