• VINTE E OITO • PART I • PEDRO

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Termino de organizar alguns arquivos no mesmo instante que uma motocicleta estaciona em frente ao museu

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Termino de organizar alguns arquivos no mesmo instante que uma motocicleta estaciona em frente ao museu. Esfregando meus olhos, tomo um pouco mais do líquido escuro e quente que Layla acaba de deixar aqui. Minhas costas estão me matando desde que levantei de uma posição nada agradável da cama minúscula de solteiro que fica no quarto de minha bebê. Eu sabia que seria incômodo dormir lá, só não imaginava que acordaria todo torto. Mas no fim valeu a pena. Ella acordou sem sinal de cólica e muito feliz.

- Pedrinho, sua encomenda! Oh, nossa que delícia de cheiro!

- Esse é o especial do dia? - ouvi a voz grave de Gil. Meu colega de trabalho e amigo, parecia um cão farejando o ar. E tinha razão, o aroma da comida que encomendei do restaurante de Otto, é espetacular.

- Sim, senhor!

- Pedrinho! - Layla grita a plenos pulmões.

- Meu Deus! Já ouvi, só estou pegando minha carteira!

Chego na recepção a tempo de ver Layla quase avançando sobre o entregador. Ele é alto, moreno, cabelos rentes ao couro cabeludo, sorriso leve e barba espessa. Os grandes braços seguram a bolsa onde está toda a comida que pedi. Depois de pagar pela refeição maravilhosamente cheirosa, me despeço dos meus colegas de trabalho para ir almoçar. Layla e Gil não ficaram muito felizes. Pois na mente gulosa deles, a comida que encomendei era para nós três. Mas destruí todas as suas ilusões dizendo que não. O que me resultou sendo xingado por três gerações seguidas minhas.

Antes de dar partida e ir em direção ao escritório de tio Mika, liguei para tia Suzy para perguntar sobre Ella. Fiquei feliz ao saber que minha bebê estava muito bem e sem sinal de cólicas. Mesmo sendo sua folga, ela praticamente implorou para ficar com minha bebê. E cada vez mais só tenho a agradecer pela família que tenho. Uma família que me apoia, me conforta e consola quando preciso.

Com a comida no banco ao meu lado, sigo em direção ao meu destino. Um que muito espero. Pensando em fazer uma surpresa para André, coloco uma música e pelo resto do caminho me distraio cantando de maneira um tanto desafinada. Mas a ansiedade e alegria de vê - lo novamente era arrebatadora. Eu teria que me preocupar em estar tão ligado a ele. Essa saudade que me acomete sempre que passamos algumas horas ou dias sem nos ver, deveria ser preocupante. Não temos nada. Ou assim minha mente grita em alto e bom som em minha cabeça, alertando - me de que é perigoso eu me envolver nessa tempestade que é André Lins. Mas meu coração...

Bem, meu coração pensa outra coisa.

Sem me dar conta, passo direto pelo escritório. Bufando baixinho, dou a volta e logo estou estacionando na única vaga restante perto da construção de porte médio. Tomando algumas respirações profundas penso que posso fazer isso. Ele vai gostar da surpresa de almoçar comigo. Salto do carro com as sacolas com a comida, a bendita cheirando maravilhosamente bem mesmo após quinze minutos dentro de um carro.

RENDIDO A ELE - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora