• CINQUENTA • PEDRO

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- Pressão caindo

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- Pressão caindo.

- Encontrem um maldito acesso. - essa voz. Eu acho que a conheço.

Ela ao contrário das outras vezes, não é plana e simples. Há temor contido nelas. Levemente, quase que parecendo ser uma brisa, sinto o toque de uma mão contra meu braço.

- Estou trabalhando para isso!

- Depressa! É do meu filho que estamos falando. - algo úmido se choca contra minha pele dolorida. Tento inutilmente abrir meus olhos mas não consigo. Dói demais e a escuridão insiste em me envolver em seus pegajosos braços.

Viajando em um redemoinho de escuridão, sinto - me tão leve como uma brisa. Meu corpo parece não ser meu, mesmo com os olhos fechados eu enxergo tudo ao redor. Forço minha mente a lembrar onde estou ou o motivo de estar aqui. Minha última lembrança foi a de deixar um pouco tonto o Lar de Luz. Minha conversa com Gustavo, queimando em minha consciência. Ainda é surreal acreditar que André esteve perto de sua irmã e não sabia desse fato. Uma irmã que era nítido o quanto era desejada por ele.

Me vejo deitado em algo macio mas não sei distinguir o que é. Ainda não consegui abrir meus olhos, eles parecem pesados. A sensação de que tenho é que, estou com muito sono. De repente tudo se torna quieto em demasia. Um toque sutil é deixado em minha mão, me viro para o lado encontrando um par de olhos cinzentos tão conhecidos por mim. Um sorriso espontâneo se abre em meu rosto, um que era reservado só para ela. A moça arisca que tomou meu coração no momento que quase implorou para que eu voltasse para vê - la no dia seguinte, no hospital. Sem me conter, com o coração transbordando de saudades, toco seu rosto. Cerrando firmemente suas esferas brilhantes, parece aproveitar do meu toque.

- Ela é linda Pedrinho. - sua voz me acalenta. Seguro as lágrimas com força. Sei de quem ela está falando.

- Ela é. Ela parece com você não é? Linda como a mãe.

- Eu fiz certo em deixa - la com você.

- Eu ainda iria preferir que você estivesse conosco. Sinto sua falta.

- Estou bem. Aqui é tão bom.

- Onde é aqui? - pergunto olhando ao redor, encontrando nada. É tudo turvo e sem forma.

- Finalmente você tomou coragem de chamar o loiro lindo para sair. - sua risada ecoa nas profundezas de minha alma.

- E lá vai ela me ignorando. - murmuro com humor. Meus dedos criam vida própria e então permito que eles se enredem em meio aos fios loiros e longos. - Não podia deixar aquele homem escapar não é? E ele se revelou ser mais do que eu pensava.

- Olha seu olhar apaixonado. - aperta meu nariz.

- Não nego, eu o amo. Com todas as suas dores e camadas.

- Vocês fazem um par perfeito.

- Não posso negar. Mas vai além disso sabe? André é...- olho para o céu nebuloso. Logo volto a observa - la. - Inexplicável.

RENDIDO A ELE - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora