Um som irritantemente monótono e alto quebra a névoa de sono que me envolvia. Viro - me para o outro lado da cama, resmungando enquanto busco pelo celular sobre o criado mudo. Pisco algumas vezes tentando me orientar e tirar a sensação de areia em meus olhos. Meus dedos encontram o aparelho, a superfície gélida me arrepia a pele.
Abrindo apenas um olho, desativo o despertador. Me coloco de pé pronto para mais uma rotina de arrumação para logo ir para o trabalho quando me lembro que hoje é feriado e que não abriremos o museu hoje. Deixo - me cair pesadamente contra meu colchão macio e quente que me chama como uma maldita sereia me envolvendo em seus encantos. Sem mais me conter me rendo ao sono novamente.
Acordo com os raios de sol quase ferindo minhas retinas. Resmungo novamente como um velho quando me lembro que deixei as cortinas abertas. Tomo um banho rápido, coloco uma camisa e um short de pano mole. Deixo meus cabelos soltos para que sequem naturalmente. Chego a cozinha pronto para fazer um café reforçado para mim e Manu quando noto o silêncio muito carregado.
Vou até um dos quartos de hóspedes que foi decorado especialmente para ela e não a encontro. Sigo para o quintal traseiro e também não está lá. Voltando para dentro de casa, envio uma mensagem para seu celular dizendo para me retornar assim que puder pois estou preocupado.
Com mesa pronta mesmo que para uma única pessoa, enquanto tomo café converso com Gilberto sobre os artefatos que estão para chegar daqui há alguns dias. E logo estaremos preparando - os para a exposição que acontecerá daqui a dois meses. Lara me liga perguntando sobre como andam as coisas com André. Quando digo que vamos sair na quinta, a mulher grita tão alto que quase me fere os tímpanos. Conversamos um pouco mais e então nos despedimos.
Levo as louças que sujei para a pia. Coloco uma música qualquer em minha playlist e lavo a louça cantando horrivelmente. Quando estou secando a última xícara, batem a porta. Paro por um momento repassando na minha mente se minha mãe ou pai passaria por aqui hoje e não me vem ninguém. Batem novamente, deixo a xícara sobre a bancada e vou atender.
- Pedrinho...- quase caio sobre minha bunda quando sua voz me alcança. Lucas sorri levemente em minha direção. Engulo em seco, ainda mantendo a porta meio aberta. Meus dedos fechados fortemente contra a madeira.
- Oh...Lucas? O que faz aqui?
- Me desculpa, sei que deveria ter ligado antes mas é que eu precisava te ver.
- Você realmente deveria ligar! - troco meu peso de uma perna para a outra. Ele acompanha o movimento nervoso e seus olhos se demoram um pouco além do recomendável em minhas coxas. Estalo meus dedos e ele afasta os olhos.
- Se eu fizesse, me atenderia? - olho para o lado ouvindo momentos depois sua risada leve. Lucas estava...diferente?
- Não!
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RENDIDO A ELE - COMPLETO
RomancePrimeira capa by: Patrizia Evans Segunda capa by: Kathy A Spin - Off de Campos de Esperança Sinopse temporária André Lins, chega a Campos de Esperança para ocupar o lugar do tio doente. Para ele seria somente por um tempo. Não estava a procura de am...