- Está gostoso?
- Muito pa...tio Pedrinho!
A sensação de ser golpeado no peito me acerta com força total. Alegria enorme inunda - me. Me pergunto se será sempre assim quando ele quase me chamar de pai. Enquanto o observo se deliciar com seu sorvete de morango com muitos pedaços de biscoitos, desejo parar esse momento para sempre.
E com essa ideia em mente, retiro meu celular de minha bolsa e abro o aplicativo para câmera. Um pouco de sorvete derretido desliza por seu pequeno queixo, arregalando os olhos escuros ele ri depois de meio segundo de susto. E com um isso, registro esse momento. Um pouco do meu sorriso vacila quando olho para seu gesso recém colocado.
Assim como prometido, estava as nove da manhã no Lar de Luz. Não aguentei esperar até às dez no hospital. Decidindo ir buscar Raquel e Dudu. Me lembro de seu rostinho triste ao caminhar para o portão, assim como também do sorriso quase cegante que me lançou assim que me viu. E isso não tem preço.
- Olha tio Pedrinho! Está derretendo! - aponta para meu sorvete agora líquido. Seu Tim sugere que cometi um crime. Gargalho apertando - o em meus braços.
- Um crime não é?
- Um crime tio!
- Estão se divertindo muito? - Raquel volta para a mesa que ocupamos desde que chegamos aqui, ao deixar o hospital.
- Não imagina! Olha essa foto! - lhe mostro o momento exato que tirei a foto de Dudu. Ele ri baixinho e olha para o menino. Ainda há resquício de arrependimento em seu rosto e olhos mas preferi não apontar isso. Todos nós erramos certo?
- Olha temos um modelo aqui?
- Não! Meu modelo é meu tio!
- Isso mesmo! - ele se distrai tentando pegar um biscoito em meio a tanto sorvete. Olho ao redor e há um bom número de pessoas, mesmo sendo meio de semana elas tiraram esse tempo para se refrescar. O calor não dá trégua. - Quando terão que voltar?
- Em duas horas.
- Temos tempo! Há algo que quero te perguntar.
- Tudo bem!
- Dudu tem frequentado a escola?
- Não! Como ele veio de outra cidade, a escola onde ele estudava ainda não enviou o histórico dele. Vão fazer essa semana foi - me garantido. - toma um pouco de sua água. - Assim que estiver em minhas mãos, farei sua matrícula na escola onde as outras crianças do Lar estudam.
- Eu pediria para adiar um pouco mas me sinto um monstro ao pensar em pedir ir isso.
- Por que?
- Queria matricula - lo na escola de Campos de Esperança. Se não seriam duas transferências em muito pouco tempo.
- Veremos o que podemos fazer tudo bem? Mas há crianças de lá que estudam aqui sabia?
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RENDIDO A ELE - COMPLETO
RomancePrimeira capa by: Patrizia Evans Segunda capa by: Kathy A Spin - Off de Campos de Esperança Sinopse temporária André Lins, chega a Campos de Esperança para ocupar o lugar do tio doente. Para ele seria somente por um tempo. Não estava a procura de am...