|| EPÍLOGO

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É incrível como a vida pode passar tão rápido. Muitos sorrisos, choro, dor, risadas e a plenitude. Tudo cabendo em uma vivência de no máximo oitenta ou noventa anos, dependendo da sua saúde, mas que no fim é pequeno comparado a nossa enorme vontade de viver. Com um sorriso no rosto observo meu marido quase tendo um ataque cardíaco tentando dissuadir nossa filha a não montar na moto. Confesso que ver os dois argumentando como se estivessem em um tribunal, é até didático. Deixo uma risadinha escapar sem querer, atraindo o olhar atravessado dele, que rosna em minha direção. Caminhando a passos rápidos, deixando Ella conversando com Dudu que tenta ficar sério o máximo que consegue.

- O que? - ergo as mãos em sinal de rendição.

- Se não vai ajudar, não atrapalha.

- Tudo bem, não está aqui mais quem riu né?

- Não faça gracinhas Pedro Lins!

- Meu Deus homem! Melhora esse humor.

- Não quero que sua filha suba naquela moto!

- Oh, agora é só minha filha? - dou um soco em seu ombro.

- Esses argumentos dela estão me dando dor de cabeça. - esfrega seu dedo indicador entre as sobrancelhas loiras.

- Bem, você tinha um sorriso no rosto quando ela anunciou que queria fazer direito. Agora aguenta!

- Você deveria me ajudar sabia?

- Mas eu ajudo homem! - colo meu corpo ao seu. Mesmo após todos esses anos, sua estrutura corporal não mudou em nada. Os músculos nos lugares certos assim como os cabelos curtos.

- Ajuda é? - um sorriso de lado se forma em seus lábios. O que me faz ter vontade de beijar sua boca. E é o que faço. Quase nos fundimos em nosso beijo. Ouvindo não muitos segundos depois, o som de engasgos. Reviro meus olhos, me distanciando um pouco dele. - Isso é o que chamo de boa ajuda.

- Viu como sou um amor?

- Vocês vêem que há crianças no recinto?

- Vai dizer que não faz isso por aí Eduardo Lins? - André diz em um tom de voz que os dois escutem de onde estão, na frente da nossa casa. Ella se desmancha de tanto rir.

- Meu filho bebê não faz isso!

- Papai, não me envergonha! - o rosto dele se torna vermelho brilhante, enquanto duas meninas passam por ele soltando uma risadinha.

- Mas eu não disse nenhuma mentira bebê! Você vai continuar sendo meu neném.

- Desisto! - um um sorriso maroto nos lábios, lança uma piscadela para as meninas. O que arranca um bufo meu. - Vamos Ella, temos um passeio de moto para fazer.

- Eu não deixei senhorita! - meu marido praticamente corre em direção aos filhos.

- Pai, eu não sou nenhuma inválida! - nossa bebê diz seriamente, fazendo com que ele engula em seco. Bagunçando os cabelos, pigarreia levemente.

A alcançando sobre a garupa da moto dada por minha tia Lu para Dudu, o que quase me causou em AVC no dia. Ele a tira de lá, a abraçando fortemente. Ella enterra o rosto no peito do pai e não posto deixar de me emocionar com a ligação forte que há entre os dois.

- Nunca disse isso Antonella. É só que tenho medo que se machuque. Você e seu irmão que nunca me ouvem! - Dudu ri alto, os olhos escuros quase se fecham com o movimento.

- Eu vou cuidar dela pai. Será apenas uma volta no centro da cidade. Quero matar a saudade enquanto estou aqui, terei de voltar no domingo a noite para o Rio.

RENDIDO A ELE - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora