• QUARENTA E SEIS • PEDRO

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Ainda recebendo olhares carregados de minha mãe

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Ainda recebendo olhares carregados de minha mãe. Ainda que não possa vê - la, estando de costas, termino de arrumar as coisas dos meus filhos. Hoje passaremos o dia fora, não estou mais aguentando ficar em casa. Essa semana é praticamente toda dedicada ao feriado municipal. Então, o museu não iria abrir por esses dias e estará passando por uma pequena manutenção na área dos banheiros. Não estava nem um pouco animado com isso, pois além de estar me corroendo de saudades de meu amor que chegará depois de amanhã. Eu estou sentindo falta das crianças do Lar de Luz. Quando disse para Dudu hoje de manhã que iríamos passar o dia lá, o sorriso que quase dividiu seu rosto foi tudo o que precisei. Sei que sente saudades dos poucos amigos que fez lá. E vou aproveitar para leva - los ao cinema, hoje seria a estreia de um filme infantil que meu bebê é fã.

Não suportando mais, deixo o ar sair com força de meus pulmões e me viro para enfrentar a mulher responsável por me dar a vida. Que eu amo loucamente. Abro meus braços, ela nem ao menos pisca. Corre em direção a eles, seu rosto se afunda em meu peito, sentindo - a um pouco trêmula, começo a passar minha mão por suas costas, agora um pouco preocupado. Beijo seus cabelos. Me afasto um pouquinho para que possa ver seu rosto e o que vejo, quase me põe de joelhos.

- Mãe, por que as lágrimas? - limpo cuidadosamente sob seus olhos.

- Eu não sei. - baixa o rosto, fungando levemente.

- Há um motivo, ninguém chora por nada.

- Não estou chorando!

- E se você não me disser o motivo, vou chamar o papai. - ignoro - a levemente. Jogo a carta do meu pai para que ela se abra logo. Se não acontecer, bem ela está com algum mal estar.

- Tem alguns dias que estou sentindo um mal estar sabe?

- Conversou com papai?

- Não! Não é minha pressão.

- Mãe...

- Venho tendo pesadelos, todos o dias dessa semana. Acordo chorando e não sei por que.

- Oh mãe, vai ver que não será nada. Apenas sua mente pregando peças.

- Filho, meu coração está apertado. Você poderia ir ao Lar de Luz amanhã, o que acha?

- Mãe...

- Então seu irmão e primos poderão ir com você.

- Eu já marquei com Raquel mãe. As crianças estão ansiosas para ver Dudu.

- Não vai! - agarra minha camisa, os punhos apertados tão fortemente que os nós de seus dedos se tornam pálidos.

- Estarei bem. Depois iremos ao cinema, prometi para Dudu.

- Mas bebê...

- Será a primeira vez dele lá mãe. Juro que saio de lá e venho direto para casa.

RENDIDO A ELE - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora