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Pela manhã encontrei Dahyun em meus braços dormindo como um anjo,não pude deixar de sorrir,ela estava com suas coxas em cima de minha perna, enquanto me abraçava.

A noite de ontem foi intensa e maravilhosa,eu fico me perguntando onde foi que ela gostou tanto de sexo assim.

Embora tudo estivesse ocorrendo bem,uma coisa me preocupava e eu não posso manter essa dúvida em mim.

Com cuidado,coloquei Kim deitada na cama,meus braços estavam dormentes, me levantei e fui para o banheiro do hotel. Tomei uma ducha rápida e voltei começando a me vestir, Dahyun já acordava.

— Bom dia. — Ela disse com voz rouca e grossa.

— Bom dia. — Sorri calçando os sapatos.

— Eu dormir muito. — Bocejou se sentando na cama, coçou os olhos e se espreguiçou.

— Sim, eu vi. — Ri baixo,me olhei no espelho, começando a pentear meu cabelo.

— Eu vou tomar um banho. — Ela disse se levantando,me assustei quando senti um beijinho no meu pescoço,me causando arrepios. — Está tão cheirosa. — Ela disse quase em um sussurro, sorriu e se virou em direção ao banheiro.

Finalmente já estávamos prontas para sair do hotel, nossa hora já havia vencido,as seis da manhã. Assim que chegamos na recepção,paguei a estadia, entreguei às chaves,agradecemos pelo serviço que foi ótimo,por sinal e fomos para casa.

Ao chegarmos, a primeira coisa que fizemos foi tirar essas roupas,vestir uma confortável e comer alguma coisa,já que nossa barriga roncava.

Eu não estava muito animada desde nossa saída,Dahyun percebeu é claro e não demorou para querer saber.

— O que você tem? Está calada a um bom tempo.— Seus olhos curiosos,procurava ler meus olhos, tentando encontrar uma reposta.

— Nada,está tudo bem. — Disse seca tomando o café.

— Eu não acredito em você! Te conheço o bastante para saber quando está sendo verdadeira ou mentirosa. — Essa resposta foi tão direta que eu quase me engasguei.

— Tá bom, se você quer saber Kim Dahyun, vou falar. — Disse séria, deixando a xícara em cima da mesa e a olhei nos olhos. Ela estava paralisada esperando uma explicação. — Eu vou ser direta, não gosto de enrolação então lá vai.— Suspirei. — Você quer mesmo manter essa relação comigo,Dahyun? Você não está fazendo isso forçado,está? — Ela me olhava como se não acreditasse no que eu falava. — Por favor,não me entenda mal,mas eu não quero e nem posso prender alguém a mim assim e que se fodam os meus pais. Eu sei que eu não sou uma das melhores pessoas e nem te dou o que você merece,então você merece alguém que te dê muito mais do que noites de sexo,você sabe que eu não sou a pessoa ideal para você,nem mesmo sei como funciona um casamento. Você deveria agora,está em Seul,com sua namorada,sendo feliz, se não fosse culpa dos nossos pais isso não estaria acontecendo. — Senti meu coração doer,mas minha expressão era a mesma, séria e rígida. — Se você quiser, eu te deixo livre e depois me entendo com meus pais, eu aprendi a gostar de você Dahyun,mas seria gananciosa demais a ponto de me importar apenas com meus sentimentos e deixar os seus de lado.

Ao terminar vi que ela estava chocada, seus olhos estavam marejados e ela não conseguia nem falar,embora tentasse dizer algo.

— O-O que? — Sua voz saiu como em um tom mudo. — Você está me deixando? É isso Hirai? Depois de tudo o que vivemos? — Uma lágrima em seus olhos caiu. — Eu não acredito que você está fazendo isso! Você acha que eu também gostava de você como gosto hoje? Não Hirai! Ah não, isso é muito para mim. — Ela disse chateada se levantando às pressas da mesa.

— Espera Dahyun,não é assim, Dahyun! — Eu a chamava mas ela apenas me ignorava,subindo às escadas correndo. — Droga. — Bati a mão na mesa de raiva e me levantei.

Agora mais uma vez eu havia estragado tudo! Merda! 

Corri para às escadas pulando degraus,até chegar em seu quarto e ver que ela tirava todas suas coisas e roupa do closet enquanto chorava.

— O que está fazendo? — Perguntei um pouco nervosa entrando sem bater.

— Indo embora,não está vendo? — Sua voz estava embolada por causa do choro. Seus olhos vermelhos,isso me machucou muito.

— Eu não disse para você ir.— Comecei a ficar nervosa. Dahyun sabe ser bem marrenta quando quer e isso me tira do sério. — Droga!

— Eu estou indo,para mim,tudo ficou claro demais naquela mesa. Você não precisa mais ser boa de cama e nem me dar presentes. — Ela disse tirando o colar que eu havia lhe dado me entregando, me olhava com tanto sofrimento e eu me sentia culpada por isso. — Eu não sou uma prostituta, agora me deixa ok? Eu vou embora e você não precisa mais se preocupar com nada. Esquece o que aconteceu entre nós, é melhor assim.

— Eu não vou esquecer,porque é impossível te esquecer e eu não te trato como uma prostituta, faça me  o favor, você sabe que eu tenho um grande carinho por você... — Eu estava irritada,mas ao mesmo tempo eu queria beijá-la,para que ela pudesse sentir que estava irritada mas a amava.

— Só carinho? Você não me ama Momo, esse é o problema e eu não posso fingir que somos um casal feliz. — Ela quase gritava enquanto colocava suas roupas dentro da mala.

Isso mexeu comigo, talvez eu nunca falasse para ela, estou confusa,mas se eu falar eu te amo e  ser cedo demais? Eu não gosto de revelar meus verdadeiros sentimentos sem antes ter certeza do que sinto.

— Para Dahyun,não começa. Se você não quisesse ficar comigo,era só impedir e fazer algo,eu nunca iria me aproximar se fosse assim. Eu não te entendo,uma hora me ama e outra já me ataca. — Bufei. Estávamos a centímetros de distância. — Se você não tivesse gostado não teria pedido mais naquela noite e nem vindo com tudo,quando quase transamos no sofá da sala, ou sua memória é péssima? — Ela estava corada. Eu não queria falar isso,mas já que ela achava que era eu forçando tudo.

— Eu não vou ficar discutindo com você! Sai daqui. — Ela falava brava me tirando fora do quarto e logo em seguida bateu a porta em minha cara.

— EU NÃO VOU IMPLORAR PRA VOCÊ FICAR! EU DISSE PARA NÃO IR,MAS NÃO ESPERE QUE EU CHORE E AJOELHE EM SEUS PÉS. — No impulso da raiva eu falei aquilo tudo sem pensar. Eu não quero que ela vá,mas o que eu posso fazer se ela não me compreende.

Desci às escadas e fiquei sentada no sofá, morta de raiva. Não demorou e Dahyun já estava descendo às escadas com sua mala nas mãos. Ela atravessou a sala,sem olhar na minha cara, ao contrário de mim que a todo momento a olhava.

— Vai ser assim mesmo? — Perguntei com minha voz já tranquila.

— Vai sim, acabou tudo e espero que seja feliz ao lado de Tzuyu. — Ela disse com tanto rancor me olhando. Eu preferia nunca ter visto essa cena  em toda minha vida.

Ela abriu a porta e saiu batendo a mesma. Meu mundo caiu,eu estava destruída e Dahyun foi mesmo embora daqui, eu me sinto um lixo inútil. Eu estava amando ela e nunca fui capaz de dizer isso,eu nunca fui boa o suficiente para ela. Quem sabe ela não encontre alguém melhor do que o lixo que eu sou.

Se ela soubesse o quanto eu a amo,não havia atravessado aquela porta e ido embora.

ℳ𝒶𝓇𝓇𝓎 ♔ 𝒟𝒶𝒽𝓂ℴ   Onde histórias criam vida. Descubra agora