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Os dias passaram e não tive notícias de Sebastian Johnson e seu plano mirabolante contra a minha pessoa

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Os dias passaram e não tive notícias de Sebastian Johnson e seu plano mirabolante contra a minha pessoa. Elizabeth voltou a ser a pessoa que era. Andava mais contente que o normal e tinha retornado a trabalhar, como foi prometido a ela. E a mim.

Will ficou muito surpreso pelo ocorrido, mas desconfiado. Não contei a verdade a nenhum deles. Temia como iriam reagir, ainda mais enquanto eu ainda não sabia o que viria a acontecer comigo.

Quinta-feira chegou rápido. Uma semana passou, que acabei não vendo.

Quando percebi, já era o dia de retornar ao hospital para a retirada da tala. Estava muito aliviada em relação a esse fato, mas preocupada sobre o que iria ser da minha vida. Não tinha contado aos meus amigos sobre ter me demitido. Eles sabiam que eu tinha perdido meu emprego na loja de conveniência, mas não no restaurante.

Eu tinha que ajudar Elizabeth, mesmo sabendo que agora ela ganhava melhor do que antes. Não gostava de depender dos outros, principalmente parecer uma fracassada sem emprego. Por isso, depois que retirasse a tala, sairia novamente em busca de um trabalho.

O que me impossibilitaria agora? Tom não tentaria me impedir, certo? Acreditava que não.

Will estava ocupado no trabalho, então não poderia me acompanhar até o hospital. Lilly também passava pela mesma situação. Sendo assim, decidi ir sozinha. Fui de metrô até Manhattan, já que o hospital ficava por lá. Queria ter ido em algum no Brooklyn, mas tinha alguma coisa que me fazia frequentar lá. Talvez o médico...

Eu não pensava muito sobre o doutor Vincent Charles. O pouco que havia conhecido dele foi dentro das paredes daquele hospital. Tinha demonstrado ser um homem muito educado, acolhedor, gentil e... Quente. A pele dele era quente! E, com certeza, àquela aparência. Ele parecia um deus romano esculpido de cera, mas em tamanho real, com proporções reais e cabelos ruivos. A tonalidade era exuberantemente bonita. Não podia negar que tinha uma queda — um abismo, pra falar a verdade, — por homens daquele jeito. Tirando a aparência, como os lábios carnudos, queixo proeminente, sobrancelhas grossas e olhos verdes, ele tinha se mostrado um doce de pessoa. Esperava que não fosse apenas uma atuação.

De qualquer forma, eu sabia que éramos incompatíveis. Não precisava pensar muito. Eu me considerava uma tempestade em alto mar e ele parecia ser a calmaria em pessoa. Talvez a calmaria que vinha depois da tempestade, pensei, tolamente. Rá! Mais uma vez eu estava me enganando. Já tinha passado por aquilo com o sr. Flanagan — que era um traste — e agora com o doutor Charles. Os dois com certeza eram polos opostos. Um mal educado e babaca, enquanto o outro era formoso e gentil.

Você pode até me criticar, dizendo que talvez eu me apaixonasse facilmente, gerasse muita expectativa e caísse facilmente na lábia alheia. Não posso ser contra esse tipo de pensamento. Também não tenho culpa de ser assim, ou talvez tenha. Depois de Lee, demorei muito tempo para me apaixonar novamente e quando isso aconteceu, foi como uma enxurrada. Jamais me envolvi com algum dos vários rapazes. Normalmente eram colegas de trabalho, amigos de algum amigo, sobrinho da dona do meu estabelecimento de trabalho e rapazes com quem esbarrava na rua. Sempre momentâneos, curtos e intensos.

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