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Acordei no dia seguinte sem a presença de Alex ao meu lado na cama

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Acordei no dia seguinte sem a presença de Alex ao meu lado na cama. Em parte, fiquei aliviada, mas a dúvida ainda rondava minha mente. Antes de adormecer, o que tinha acontecido havia sido real ou minha imaginação? Mesmo entre os dois mundos, da consciência e do sono, me lembrava com detalhes do beijo carinhoso em minha testa. Todavia, eu não tinha coragem para perguntar. Coloquei em minha cabeça que era apenas partes do sonho que me acalentou na noite passada — e que sonho!

Espreguicei meu corpo, tentando mandar embora qualquer vestígio do sono, mas minha vontade de permanecer na cama era maior ainda. Procurei verificar as horas, lembrando que logo teria o almoço em comemoração ao aniversário de Nora — e eu não tinha trazido nenhum presente. Esperava que ela não ficasse ofendida e pensasse que eu havia feito uma desfeita. Por isso, levantei da cama logo ao verificar o horário. 8h29min. Se Alex já estava de pé, então eu também deveria começar a ficar na ativa. Não queria ser o tipo de visita indesejada. Ainda tinha o papel de namorada para interpretar.

Fui em direção ao banheiro e abri a porta com receio, temendo encontrar Alex no interior indisposto de roupas. Seria uma cena constrangedora, mas maravilhosa. Fiquei me questionando se meus sonhos teriam feito jus a realidade. Vê-lo sem camisa era uma coisa, mas e sem tudo? Argh, mal comecei o dia e já estava deixando meus pensamentos se disseminarem em coisas pecaminosas.

O banheiro estava vazio, então não me demorei a fazer as coisas básicas do dia. Meia hora depois saí, vestindo uma roupa adequada e que não gritasse a palavra ridículo. Me olhei no espelho e notei minha aparência. Meus cabelos ajeitados por conta do clima — no verão eles ficavam completamente cheios de frizz —, minhas bochechas coradas, olhos grandes castanhos — nem um pouco atrativos — e um rosto redondo infantil. Eu queria aparentar estar bonita, até havia passado um pouco de maquiagem. Mas por que não me sentia? Era por causa de situações como essa que sempre acreditei que homens como o sr. Flanagan ou Alex — até mesmo meu ídolo Louis Turner — não perderiam seu tempo comigo.

Nunca fui à garota mais bonita da sala. Ou a mais delicada. Nunca vesti as melhores roupas ou tinha a família rica — nem as melhores notas. Eu ficava no escanteio e gostava de ficar lá. Na verdade, me contentei em ficar por lá. Eu não poderia sair, nem se quisesse. Provavelmente os rapazes como Tom Flanagan que existiam na minha escola estavam ocupados praticando algum esporte para entrar na universidade, mesmo não tendo a melhores notas — até mesmo eles haviam conseguido uma bolsa de estudos! Mas eu não tinha isso para me beneficiar. Nem notas, dinheiro ou talento.

Eu tinha muitos problemas, mas não desejava culpar eles. Naquele dia em especial era eu quem estava recebendo a bronca. Meus olhos estavam desfocados, fingindo não prestar atenção nas palavras de minha mãe. Eu sabia que ela tinha preocupações ao meu respeito, mas tinha a impressão de que estava jogando toda sua raiva pra cima de mim. Logo eu, que não havia feito nada, sempre estando ao seu lado.

Fiquei magoada, mas não havia escapatória. Permaneci fingindo estar escutando, meu pai já tinha se cansado de tentar. Pra ele não faria diferença mais. Eu não estudar seria benéfico para o bolso dele. Eu ainda só tinha 16 anos, mas logo faria 17.

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