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Eu queria gritar, espernegar, lutar, pular daquela van, mas estava impossibilitada de todas as maneiras possíveis

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Eu queria gritar, espernegar, lutar, pular daquela van, mas estava impossibilitada de todas as maneiras possíveis. A única coisa que pude fazer foi chorar. Não consegui controlar a torrente de lágrimas que escapavam dos meus olhos com ferocidade. Sim, eu demonstrava fraqueza, mas estava fraca. Eu era fraca. Não tinha chance alguma contra aqueles sequestradores.

Eu era uma contra quantos? Poderia incluir Lilly, mas ela não sabia como se defender — muito menos eu, tendo somente como ponto positivo minha agressividade. Ser agressiva não me serviria de nada. Não quando eles fossem em maior número e ainda tivessem armas consigo.

Não sabia ao certo quantos sequestradores haviam na van. Consegui notar apenas dois, que tinham me puxado para o interior do veículo. Possivelmente havia um terceiro, que dirigia. Duas garotas completamente indefesas contra três homens possivelmente armados? As chances não estavam ao nosso favor. E por acaso tínhamos alguma chance? Estaríamos fadadas a morte?

Tentei pensar em algo que pudesse nos ajudar a escapar. Não tinha nenhum aparelho celular comigo. Não havia nada em minha bolsa que me ajudaria — e tinha sido arrancada de mim por precaução. Possivelmente o celular de Elizabeth também tinha sido descartado. Portanto, seria impossível pedirmos ajuda. Lutar não era uma opção, pois estávamos presas. Barganhar? Como eu poderia fazer isso, sendo que não tinha nada para barganhar?

Se a pessoa por trás do nosso sequestro queria me machucar para atingir Sebastian Johnson, a finalidade da minha vida era óbvia. Ou eu seria morta, ou teria meu corpo picado em pedaços para ser enviado ao CEO. O que essa pessoa ganharia me sequestrando? Além do prazer em fazer Sebastian Johnson sofrer, claro.

Não precisei pensar muito. Se Sebastian estivesse certo, se as pessoas — ou pessoa — que estavam por trás do meu sequestro eram as que ele havia feito perder muito dinheiro, as intenções seriam óbvias. Alguém iria tentar conseguir dinheiro em troca do meu resgate. E aquilo era o que Sebastian Johnson mais tinha e provavelmente considerava mais importante.

Sendo assim, inevitavelmente meu bem-estar dependia dele. Será que ele já sabia que eu tinha sido sequestrada? Será que a van estava sendo perseguida?

O automóvel estava em alta velocidade, transitando com rapidez pelas ruas de Manhattan. Comecei a perder a noção do tempo, principalmente porque o motorista raramente desacelerava. Gerei a expectativa de estarmos sendo seguidos pela polícia ou pela equipe do CEO, mas os sequestradores não pareciam tensos ou preocupados. Pelo contrário, eles estavam em silêncio, mas eu sentia suas presenças no ambiente.

Sorte a minha ter sido presa ao banco pelo cinto de segurança, pois levávamos cada solavanco, fazendo minha cabeça colidir várias vezes contra o estofado.

Os minutos se tornaram horas e a van não parou por um segundo sequer. Pressupus que estivéssemos bem longe de Manhattan. Para onde iríamos? Era meu desejo saber. Ponderei em perguntar aos sequestradores, mas temia até mesmo emitir um som. Lilly também permanecia em silêncio, o que me deixava mais amedrontada. E se ela estivesse machucada? Ou morta? Não! Eu tinha escutado sua voz ao telefone. Ela parecia amedrontada e com a voz embargada. Obviamente estaria chorando, assim como eu. Mas ela estaria bem, certo? Eles tinham dito que a machucariam se eu não os obedecesse, e eu havia obedecido!

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