Sete Clichês em Minha Vida ✓

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Agora você entende e sabe qual foi o motivo que me causou e causa tanta insegurança durante qualquer possível relação intima. Sempre quando chego a esse momento — como estar com Tom ou Alex —, minha mente retorna para esse dia. A como Jason Hughes me usou, se aproveitou da minha inocência. Desde aquele dia mudei completamente. Disse a mim mesma que não confiaria em homem algum. Mas depois de algum tempo comecei a me perdoar. Eu não tinha culpa de nada, tinha sido apenas vítima de um garoto querendo me usar. E ele conseguiu.

E apesar de anos terem se passado desde aquele dia, ele ainda era uma lembrança constante em minha vida. E eu permaneci tendo medo de ser usada daquela maneira novamente.

Lilly sabia da história toda, somente preferi contar a ela toda a verdade. William suspeitava do que tinha acontecido, mas preferiu respeitar minha decisão de manter segredo. E minha família nunca soube de nada.

Entretanto, mesmo que eu dissesse que havia superado, as lembranças incomodas sempre surgiam. A insegurança com meu corpo, advinda daquele comentário cruel. Por isso eu nunca acreditei que alguém, como Tom Flanagan ou Alexander Hall, quisesse de fato ficar comigo. Eles eram homens belos, com tudo aos seus pés, e eu era uma mera garota cheia de inseguranças e nenhuma beleza. O que eu tinha a ofertar a eles? Bem, a mesma coisa que eu tinha a ofertar para Jason Hughes. Apenas mais uma garota para se gabar em sua coleção.

Mas eu precisava lembrar que Tom e Alex não eram garotos, e sim homens. E que em todos os momentos que estivemos juntos, demonstraram ser completamente diferentes de quem era Jason Hughes. A verdade era que, enquanto eu não me aceitasse, não conseguiria ficar com nenhum deles. Não conseguiria me permitir a sentir o prazer que eu merecia.

Mas, talvez, o que me indignava mais era ter tolerado coisas que eu jamais toleraria atualmente. Quando eu aceitei trocar meus amigos por ele, por concordar em estar com ele e seus amigos, quando poderia estar me divertindo com os meus. E, principalmente, ter acreditado por um segundo que eu seria capaz de salvar Jason Hughes. Mas salvá-lo de quê? Não havia nada para salvá-lo, e ele muito menos queria ser salvo.

Eu tinha me iludido com a ideia de que um romance, amor verdadeiro, seria capaz de mudar uma pessoa. Por isso, quando eu olhava para Tom Flanangan — mesmo apesar de seu novo comportamento —, temia que ele voltasse a ser o homem grosseiro e bipolar de antes. Que nada que eu fizesse fosse o suficiente para fazê-lo ficar bom.

E não foi somente essa situação que me pôs a pensar nesse assunto, na incapacidade de a mulher mudar o homem. Minha mãe passou a vida inteira tentando fazer isso, mudar o homem ignorante e rude que era meu pai, mas no caminho só mudou a si mesma. Destruiu a mulher boa que era, se tornando alguém infeliz. Ou seja, havia mais a possibilidade de eu sair ferida de algum relacionamento assim. Por isso, minha fé era acreditar que Tom Flanagan mudasse por si só, sem minha ajuda. E um dia, se esse dia existisse, permitir que as coisas acontecessem entre nós. Enquanto isso, eu não poderia permitir que meu coração se partisse mais uma vez, e eu saísse arrependida e insegura de mais um envolvimento.