Poucos minutos depois chegamos ao um bairro residencial com várias casas com a mesma arquitetura. Achei uma graça e fiquei encarando uma por uma enquanto passávamos.
— Nos mudamos para esse bairro recentemente — comentou a sra. Hall soando satisfeita. — Aqui é mais seguro, mais limpo e próximo do hospital, para o caso de emergências.
Apenas soltei um ''Ah'' por ainda estar embasbacada com o lugar. Me Senti como se estivesse no bairro em que a Barbie moraria. As ruas eram limpas, as gramas estavam aparadas, as casas eram coloridas e havia pessoas caminhando com seus cães.
- Aqui é lindo! — falei, ainda maravilhada. — É o tipo de lugar que com certeza moraria se tivesse uma vida mais estável.
— Então você planeja sair da cidade grande um dia?
— Com certeza! — respondi para Nora. — Talvez um lugar para poder ficar mais perto da minha família.
— Viu, Alexander? Ela pensa em ficar perto da família dela, se preocupa com eles! — Soltei uma risada pelo comentário dela, mas também senti vergonha por aquilo não ser completamente verdade.
Eu queria ficar com minha família, mas quando as coisas melhorassem, ou se as coisas mudassem. No entanto, eu temia que isso nunca fosse acontecer. Preferi não pensar a respeito. Eu tinha ido embora por uma razão e não queria voltar para a confusão de antes. Na verdade, eu queria dar uma vida melhor para a minha mãe. Mas como fazer isso se eu estava no fundo do poço, incapaz de ajudar a mim mesma?
O sr. Hall estacionou o carro diante da garagem de uma das casas. Fiquei apaixonada por ela e sua simples arquitetura. Era como a maioria das casas americanas, com sua varanda, porta de entrada e jardim. A casa tinha uma cor azul e janelas pintadas de um amarelo feliz. Inevitavelmente senti a alegria que as cores transmitiam. Entretanto, não tinha tido o mesmo resultado em Alex.
Ele tirou as malas do bagageiro e adentrou a casa sem falar nada comigo. Mordi meu lábio inferior, pensativa e chateada comigo mesma. O que fazer para mudar? Decidi apenas acompanhar os outros para dentro e pensar sobre isso em outro momento.
O primeiro ambiente que tínhamos contato logo ao entrar era o hall — o que poderia ser uma total ironia, pensei. Era simples e pequeno, com um armário para casacos e um aparador. O piso era de madeira e brilhava com resplandecência pela limpeza bem feita. O ambiente seguinte foi à sala, bem decorada, mas pequena. Havia uma televisão grande, uma poltrona — que deveria ser do sr. Hall — e uma lareira no canto mais afastado. O sofá ocupava grande parte do espaço. Logo ao meu lado direito, após o hall de entrada, tinha uma escada que levava para o segundo andar.
— Que tal descansar um pouco da viagem? — sugeriu Nora. Assenti, acompanhando-a para o andar de cima.
Pelo que percebi não havia muito mais que uns dois cômodos no andar de cima, tirando os banheiros. Ela me levou ao um quarto em que Alex havia colocado nossas malas. Todavia, ele havia desaparecido. Será que havia ido conversar com o pai? Comecei a temer por ele.
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Sete Clichês em Minha Vida ✓
RomanceOBRA VENCEDORA DO THE WATTYS 2021 NA CATEGORIA LITERATURA FEMININA. Melissa Fontoura sempre foi o tipo de garota sonhadora, apaixonada por livros e filmes de comédia romântica. E talvez seja esse seu maior defeito, já que sonha em viver romances pel...