Sete Clichês em Minha Vida ✓

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Acordei com o toque do despertador de meu celular. Sabia que era um pouco mais de 8h00min e que deveria levantar para começar a organizar minhas coisas. Minha noite foi em maior parte insone, e meu sono foi regado de sonhos perturbadores com um sujeito que preferia não pensar. Difícil acreditar que ele tinha se tornado meu pesadelo particular antes mesmo de saber quais eram suas intenções comigo, pensei. Aquilo estava me tomando aos poucos.

Fiz o processo comum matinal. Arrumei a cama, fiz xixi, escovei os dentes, lavei o rosto, arrumei o cabelo, troquei de roupa e saí do banheiro. Guardei meus pertences e fechei a mala. Ainda lembrava com perfeição da conversa com Alex na noite passada. Ele estava certamente decepcionado por ter o recusado e provavelmente daria o troco na mesma moeda. Não poderia culpá-lo, obviamente era péssimo assumir suas intenções com alguém e ser negado de tal forma. Eu não merecia o Alex, ele era bom demais.

Decidi descer as escadas com a expectativa de tomar o café da manhã, mesmo não sentindo um pingo de fome. Enquanto fazia o caminho para o andar de baixo acabei me encontrando com Alex. Ele usava a típica calça de moletom cinza e uma camisa branca. Sua expressão facial era de puro sono, mas logo ao me ver ficou mais ativo. Observei que carregava consigo a coberta e o travesseiro; provavelmente estava se retirando do sofá, onde havia adormecido na noite passada.

— Bom dia — murmurei logo ao encontrá-lo. Não desejava aparentar que estávamos brigados, afinal, não brigamos. Mas ele apenas deu um aceno com a cabeça como resposta, continuando a subir as escadas e mantendo-se distante. Não poderia culpá-lo, eu merecia aquilo.

Engoli meu orgulho e fui em direção à cozinha, deparando-me com a sra. Hall por lá. Ela me cumprimentou com entusiasmo e logo ofereceu os ovos mexidos e bacon que havia preparado. O sr. Hall não estava por lá.

— Jordan gosta de dormir um pouco mais nos fins de semanas. Normalmente no domingo vamos à igreja, mas hoje ele está um pouco cansado por causa de ontem, ficou de pé por muito tempo. — Ela soltou uma risadinha e me ofereceu café. Aceitei. Entretanto, consegui notar que Nora estava ensandecida para saber o motivo de o filho ter dormido no sofá, por isso jogou uma indireta, se assim poderia chamar. — Espero que não tenha acontecido nenhum problema com você e Alexander... Notei que ele dormiu no sofá essa noite.

Ela manteve o olhar fixo em mim enquanto bebericava o café. Fiz o mesmo, mas me arrependi ao sentir a bebida quente queimar minha língua e descer rasgando pela garganta. Porcaria, eu deveria ter assoprado antes.

— Tivemos apenas um pequeno desentendimento, nada para se preocupar — expliquei. Esperava realmente que fosse um pequeno desentendimento, mas temia sobre como Alex estava interpretando a situação. Não queria perder sua amizade recém adquirida.

— Bom, já que você disse que não preciso me preocupar, então não vou. — E ela continuou bebendo o café com naturalidade, mas tive a impressão de que Nora planejava algo.

Tentei ignorar esse tolo pensamento e terminei meu café da manhã. Alex só veio para a cozinha quando tínhamos terminado de organizá-la e a sra. Hall me ensinava um pouco de crochê. Ela usava uma linha de cor laranja e mostrava o passo a passo. Tentei aprender, mas quando meu falso namorado passou por nós não consegui tirar a atenção dele. O que passava por sua cabeça? Será que estava me odiando?