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Eu simplesmente ainda não conseguia acreditar na pessoa parada em minha frente

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Eu simplesmente ainda não conseguia acreditar na pessoa parada em minha frente. Pisquei algumas vezes, até desejei ser beliscada, apenas para perceber que era um sonho — ou melhor dizendo, um pesadelo. De todos os lugares no mundo, em toda a Manhattan, acabei encontrando com Tom Flanagan naquele baile beneficente. Quis gritar para o universo ou destino que estivessem no meio disso e xingá-los por nomes bem feios.

Mas isso não resolveria nada. Agora meu ex-chefe estava ali, observando-me como se tivesse visto a Rainha da Inglaterra, e não sua ex-funcionária que lavava pratos. Eu sabia o motivo do seu olhar. E recordava com perfeição dos nossos beijos, toques e, principalmente, da sua suplica para não ficar distante de mim. Aquilo parecia ter acontecido há meses e não há algumas semanas.

Com sua presença os sentimentos que pensei ter jogado fora voltaram à tona, como se nunca tivessem desaparecido da minha vida. Ali estava meu coração dançando sapateado, tango, frevo, enquanto encarava e relembrava todos os meus momentos juntos com Tom Flanagan. De tudo que eu evitei ao máximo pensar para não sofrer. Eu me lembrava da raiva e ódio armazenado e dos momentos ruins — que eram tantos. Mas por que eu cérebro só me recordava de seus beijos?

Eu quis fugir. Mas recordei de uma coisa que havia dito a mim mesma no início da noite. Eu me sentia poderosa e com seu olhar concretizei que não estava apenas para mim, mas estava e seria para ele.

Mantive meus olhos fixos nos seus, presa na armadilha que eram das suas íris azuis tão claras quando uma piscina límpida e resplandecente. Eu poderia afogar naquelas águas e não me importaria, pensei.

Foco, Melissa! Eu não deveria voltar a ser a garota ingênua e insubordina. Agora eu tinha todo o poder em mãos — ao menos imaginava que sim — e sabia que poderia tê-lo na palma da minha.

— Sr. Flanagan, que surpresa encontrá-lo por aqui — falei, evitando esboçar qualquer reação. — Agradeço pelo elogio, mas acho que já sei disso.

Um pequeno sorriso brotou em sua face ao notar minha atuação forçada.

— Não tanto quando eu estou surpreso, ainda mais ao saber que você está acompanhada de Sebastian Johnson. — Sua voz soou com amargura. Então, ele sabia, pensei. Mas como?

— Não somente acompanhada, como também estamos namorando. — Eu também poderia usar dessa mentira. Não somente Sebastian Johnson poderia usá-la para ganhar algo. Percebi que meu comentário incomodou Tom Flanagan.

— Eu sei que isso é uma mentira, Melissa.

Soltei um riso debochado apenas para contrariá-lo mais.

— Você não sabe de tudo, sr. Flanagan — contestei.

— Sei que você jamais se envolveria com alguém como ele — falou, olhando com repulsa na direção em que meu falso namorado se encontrava. — Ainda mais depois do que o fez passar.

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