AVISO: O capítulo a seguir pode ter cenas que podem ser um gatilho para algumas pessoas, pois envolve pensamentos deprimentes e suicidas. Se você está em um momento de sofrimento em sua vida e encontra-se tendo os mesmos tipos de pensamentos, recomendo que busque ajuda profissional e o apoio de pessoas próximas. Não guarde esses sentimentos para si. Saiba que você é especial e essencial, sua existência faz a diferença no mundo. Mas, principalmente, você é especial para si. Sua vida vale a pena. Obrigada pela atenção.
Mais uma semana tinha se passado e eu não havia recebido nenhuma resposta de Lee. Fiquei me questionando se tinha escrito algo na carta que o teria magoado, sendo isso a causa da ausência de resposta. Imaginei que minha carta ou a dele tinha se perdido no meio do caminho, impossibilitando e fazendo-nos crer que tínhamos deixado um ao outro para trás. Até cogitei em escrever uma nova carta e enviar, e até ligar no número de telefone que Lee tinha colocado em uma das suas cartas. Entretanto, eu não tinha coragem para isso, por isso decidi dar mais tempo. Quem sabe sua carta já estivesse a caminho e logo chegaria, ou ele tinha estado ocupado demais para responder minha mensagem rapidamente.
Haviam muitas possíveis causas envolvendo essa demora. Mas eu sabia que só tinha as criado porque não conseguia aceitar em hipótese alguma a ideia de ser esquecida por Lee. Era difícil de acreditar que ele tinha me esquecido depois de toda aquela declaração em sua carta. Eu tinha perdido o significado para ele? Ele tinha encontrado alguém melhor do que eu? Tinha notado que seus sentimentos não passavam de uma simples paixonite adolescente?
Eu queria poder esquecê-lo e, quem sabe, seria mais fácil suportar tudo. Mas não estava sendo nada fácil desde a partida dele, na verdade, as coisas só tinham piorado mais, assim como naquela semana em especial.
No dia anterior eu tinha ficado a noite inteira acordada terminando de escrever meu primeiro livro. Tinha sido o maior feito da minha vida e provavelmente o único. No relógio ao lado da cabeceira da cama marcava o horário de 4h07min da madrugada. Eu não deveria estar acordada, mas sim descansando para acordar cedo no dia seguinte e ir para a escola.
Enquanto meus dedos batiam no teclado, unindo palavras a frases, e meu laptop zunia quente, não ouvi os passos no corredor, e nem notei quando a porta foi aberta e meu pai surgiu. Quando notei, ele estava ao meu lado no quarto semi escuro, mas iluminado fracamente pela tela do laptop. Sua voz grave e rouca ressoou cheia de fúria no pequeno ambiente.
— O que você está fazendo acordada há essa hora, Melissa? — rosnou ele, seus olhos esbugalhados pelo nervosismo. Ele foi até o criado mudo e acendeu a luz do abajur que ficava ali. O quarto ficou menos escuro e agora eu podia ver meu pai por completo.
— E-estudando — respondi, acreditando que essa fosse a melhor resposta.
— Às quatro horas da madrugada?
Balancei a cabeça, com a sensação de que meu coração vacilava em suas batidas.
— É um trabalho que devo entregar para amanhã — menti. Essa seria a única forma de conseguir escapar de um possível castigo.
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Sete Clichês em Minha Vida ✓
RomanceOBRA VENCEDORA DO THE WATTYS 2021 NA CATEGORIA LITERATURA FEMININA. Melissa Fontoura sempre foi o tipo de garota sonhadora, apaixonada por livros e filmes de comédia romântica. E talvez seja esse seu maior defeito, já que sonha em viver romances pel...