Sete Clichês em Minha Vida ✓

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Um homem de aparência requintada, usando um terno complemente branco e com um sorriso largo subiu ao palco. Ele se posicionou atrás do microfone e observou todo o ambiente satisfatoriamente.

— Hoje tenho a honra de apresentar o décimo segundo baile beneficente em prol de ajudar comunidades pobres ao redor do mundo — anunciou o mestre de cerimônias. O público bateu palmas saudosamente. — Por isso desejo boas-vindas a todos que compareceram a esse evento de grande importância. E já agradeço a todos que farão questão de doar para essa associação.

Mais palmas para o discurso do homem, o qual acompanhei. Era uma boa causa, pensei. Acreditava que fosse apenas um evento para exibirem seus vestidos de luxo e aparências perfeitas, mas estava enganada.

— Sendo assim, não se esqueçam de mexer em suas carteiras e tirarem uma boa quantia para doar. — O público riu da piada do homem no palco. Já eu não achei tão engraçado. — Então, vamos começar o nosso leilão!

Mais uma salva de palmas e algo surgiu no palco. Se tratava de uma pintura, provavelmente de um artista renomado, mas desconhecido por mim.

— Vamos iniciar o leilão da pintura em 50 mil dólares — disse o mestre de cerimônias. Caramba, pensei, era um valor bem alto.

Eu não era o tipo de pessoa que apreciava a arte, mas somente porque não compreendia quadros como aquele. Poderia apenas afirmar que se tratava de algo abstrato. Parecia mais o teste com manchas de Rorschach, pensei.

— 60 mil dólares — propôs um homem sentado em alguma mesa do outro lado do salão. Outras pessoas fizeram mais propostas e a pintura foi arrematada por 150 mil dólares.

Não pude negar que fiquei embasbacada. Quem quer que tenha comprado o quadro certamente deveria gostar de arte. Outras coisas foram leiloadas, desde de um carro em perfeito estado dos anos 50, um jantar em um importantíssimo restaurante em Veneza, assim como um jantar particular no Restaurante Flanagan Garden, que foi arrematado por quase 10 mil dólares — essas pessoas deveriam ter muito dinheiro, imaginei.

Achei estranho que Sebastian Johnson não tivesse arrematado nada até o momento, mas imaginei que ele não quisesse gastar dinheiro à toa — mesmo que fosse por uma boa causa.

— Dessa vez teremos um fim de semana em um hotel cinco estrelas em Manhattan, com comidas e bebidas, além de poder frequentar o spa! Iniciamos por 10 mil dólares! — anunciou o homem.

Pessoas começaram a fazer propostas, erguendo suas plaquinhas. Quanto mais imagens do luxuoso hotel passavam no telão, mais pessoas se interessavam.

— Lembrem-se que é difícil marcar uma estadia nesse hotel — brincou o mestre de cerimônias. A última proposta tinha chegado a 45 mil dólares.

Quando parecia que mais ninguém desejava arrematar o fim de semana no hotel cinco estrelas, uma plaquinha foi erguida.

— 50 mil dólares! — disse Tom Flanagan.