17. Acaso do destino.

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MADISON E ZABDIEL

Noite anterior.

Uma palavra poderia resumir a última hora que os dois estiveram juntos.

Estranhos.

É assim que estavam agindo. De um modo totalmente estranho.

Como de praxe, todos se separaram em certo momento da noite. Restaram por último Madison, Zabdiel e Christopher.

A garota estava grudada mais do que chiclete no amigo, se esquivando de Zabdiel o máximo que conseguia. Ele, percebendo isso, ficou irritado nos primeiros minutos. Tudo o que Zabdiel queria era ter um tempo a sós com Madison, conversar com ela, matar a saudade que vinha sentindo durante todos esses dias. Ele não entendia o motivo dela estar fugindo igual rato foge de um gato.

Christopher sumiu de uma hora para outra. Disse que iria ao banheiro, então por fim sobraram apenas os dois.

O clima começou a pesar. Zabdiel não fazia questão de esconder que estava visivelmente incomodado e Madison fingia que não percebia isso. Ela queria sim conversar com ele, queria ter uma conversa franca com o garoto. Perguntar o motivo dele ter ficado longe durante tanto tempo, e se ele dissesse as mesmas desculpa que usou anteriormente, teria que ser firme.

— Ele está demorando, não está?! — ele perguntou. Sua voz fez a garota levar um leve susto por estar imersa em seus próprios pensamentos.

Madison o olhou sem entender.

— Christopher. Ele está demorando — explicou.

— Ah, sim, está. Talvez tenha passado mal no banheiro.

Zabdiel entendeu que isso era um pedido para que ele fosse até lá verificar se o amigo estava bem. Suspirou e mesmo sem querer sair de perto da garota, marchou até o banheiro mais próximo.

Voltou alguns minutos depois. Sua expressão era confusa. Estava olhando para todos os lados, procurando alguém.

— Cadê ele? — perguntou — Não vai me dizer que...

— Sumiu — completou — Nem sinal dele no banheiro.

O estômago de Madison gelou. Isso significava que os dois ficariam sozinhos.

"Como você queria", os dois pensaram juntos. Se entreolharam como se pudessem ouvir o pensamento um do outro.

Zabdiel começou a analisar a garota. Se deu conta, mais uma vez, de que ele poderia procurar em todas as outras garotas, mas nunca enxergaria o que vê em Madison. Nem ele sabe o que é, mas é algo especial. Mágico. E por causa disso não poderia deixar as coisas como estão.

— Vamos conversar? — deu a iniciativa — Sei que você está querendo fazer isso desde que chegamos aqui.

Madison ia retrucar, mas por fim assentiu. Como estavam no meio de um cassino, andaram um pouco até chegar em um bar quase vazio.

— O que você vai beber? Dry Martini?

Ela ia concordar, já que afinal essa era seu drink favorito, mas recusou. Odiava recorrer a álcool, mas nessa específica situação teria que ser assim.

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