CAP II - Quem é você?

1K 124 12
                                    

New York Presbyterian Lower Manhattan Hospital, 7am.

Sim, eu havia passado a noite no hospital esperando por notícias de Zabdiel. Por sorte, a poltrona do quarto até podia ser considerada confortável. 

A última informação que tive foi que ele estava na UTI porque ainda não estava respondendo aos estímulos, ou seja, não conseguia abrir os olhos e nem obedecer a comandos simples. 

Zabdiel estava em coma.

Porém, os médicos se mantinham confiantes e dizendo o tempo todo que ele era um garoto forte e era evidente que estava lutando para voltar a vida.

Zabdiel só chegou ao quarto pela manhã. Dois enfermeiros o transferiram da maca para a cama do quarto. Logo quando entraram, levantei da cadeira e fiquei ao lado da cama, esperando por algumas informações já que sua família ainda não havia chego, estavam vindo de Porto Rico. Os meninos da banda também estavam a caminho, já que o acidente aconteceu durante uma pausa que a banda tinha dado para descansarem, ou seja, estavam em suas cidades natais.

— Você é a namorada, certo? — O médico que estava cuidando do caso me perguntou. — Sou o Doutor Walker.

— Madison — Foi o que eu respondi.

— Certo, Madison. Zabdiel está em coma, mas no caminho para acordar. Pode ser que ele leve um dia, uma hora, um mês ou até um ano, mas o que sabemos é que ele está tentando por si só reverter o processo. — Ele relatava — Zabdiel é novo e saudável, isso é essencial e conta muito nesses casos.

— Eu só preciso que ele acorde — Respondi com a voz embargada — Ele vai, certo?

— Assim esperamos. — Finalizou ele, deixando o quarto.

Foi quando parei para reparar finalmente em Zabdiel, porque até então toda minha atenção estava voltada para as informações que me passavam.

Ele estava pálido como eu nunca tinha visto, nem por fotos. Um tubo respiratório estava tapando sua boca. Os olhos totalmente fechados. Seus braços alinhados ao lado do seu corpo. Pelo que eu sabia, ele sempre foi o mais tranquilo do grupo, mas vê-lo assim me fez entender tudo o que estava acontecendo.

Zabdiel estava em coma e por mais que os médicos estivessem confiantes, não havia certeza em nada.

Algumas horas depois, me avisaram que seus pais, Noemi e Carlos, chegariam a tarde. Logo depois me avisaram também que Joel, Erick, Christopher e Richard também chegariam.

Foi só então que parei pra pensar em como iria explicar quem eu era e o que estava fazendo ali. Entretanto, a dúvida entre ir embora ou permanecer não passava pela minha cabeça. 

Eu não iria deixar Zabdiel sozinho, não até que sua família chegasse. Dizer que eu sou a namorada dele foi só um dos contratempos para que ele não ficasse sozinho, mesmo que não pudesse perceber isso.

Estava no telefone com Emma, avisando tudo o que tinha acontecido e ela, por conhecer CNCO, estava achando tudo uma loucura, então tentei explicar que eu não poderia deixa—lo sozinho.

E por que não, Maddie? — Questionou.

— Porque não! — Ok, não tinha sentido nenhum — Se você estivesse aonde eu estou, olhando pra ele do jeito que eu estou, entenderia.

Virei de costas para a porta do quarto e abri as cortinas da janela de vidro imensa, ele precisava de um pouco de luz. Continuei olhando a vista enquanto ouvia mais alguns sermões de Emma. Eu até tentava retrucar, mas era impossível.

Foi quando, no meio dos esporros de Emma, uma voz forte me fez dar um pulo de susto e virar de frente para a porta.

No momento em que a vi, já soube quem era. Seus olhos vermelhos e inchados denunciavam a falta de sono e as lágrimas que caiam ao olhar para Zabdiel na cama demonstravam o quanto ela estava triste.

— Quem é você? — Noemi falou, sem papas na língua.

AmnesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora