CAP XXIX - Eu, você e o céu de Nova York.

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Zabdiel chegou dez minutos depois que ouvi Emma saltitando pelo corredor e chamando por Joel. Recebi uma mensagem de texto dizendo que ele estava me esperando na frente do prédio. Estranhei por ele não ter subido, mas peguei a bolsa que tinha separado e calcei um sapato de salto alto preto. Passei perfume e fui em direção a porta.

Sai do elevador e fui em direção à rua sem saber para onde olhar. Acho que estava tão nervosa que não vi o que estava literalmente na minha frente. Zabdiel estava parado na porta de um carro vermelho — diria que conversível, mas não entendo muito disso —, com as mãos no bolso me esperando.

Antes de atravessar a rua, continuei parada para o observar. Zabdiel estava com calça jeans escura, camiseta preta lisa e por cima um paletó esportivo de cor escura, quase da mesma cor da calça, mas não estava abotoado. Seu cabelo tinha crescido, então estava para cima de um jeito que parecia que ele tinha levado horas para arrumar, mas tinha certeza que ele só tinha saído do banho e o secado com a toalha. Tinha também um sorriso leve em seu rosto.

Atravessei a rua e fui a seu encontro. Ele estendeu sua mão e ao pegar, me fez dar uma voltinha e assoviou logo em seguida. Ri e ele me acompanhou. Fomos para a calçada com as mãos entrelaçadas. Encostei minhas costas na porta do carro e ele juntou seus lábios aos meus, iniciando um beijo calmo. O terminamos com selinhos. Ele abriu a porta do carro para eu entrar. Depois disso, deu meia volta e voltou a se sentar no banco do motorista.

— Você consegue ficar mais linda a cada dia que passa — Ele disse enquanto ligava o carro.

— Eu penso isso sempre que te vejo — Respondi me inclinando e beijando seu pescoço — Você pode nos dizer para onde vamos?

Ele me olhou de um jeito divertido e deu os ombros, dizendo que eu deveria mudar de profissão e ser detetive, porque tentava arrancar pistas dele o tempo todo.

Zabdiel dirigiu por cerca de meia hora, mas isso não pareceu cansa-lo. Estávamos ouvindo música e eu me divertia toda vez que Zabdiel batia com os dedos no volante do carro no ritmo. Eu amava sua voz. Ficou ainda melhor quando fizemos um dueto em I Don't Care.

Não percebi quando ele estacionou em frente a um shopping fechado. Olhei para o edifício abandonado e para ele demonstrando que não tinha entendido.

— Espere e verá, Mad.

Zabdiel desligou o carro, pegou alguma coisa parecida com um cartão do lado lateral da porta e saiu do carro. Percebi que ele andou mais rápido na frente do carro para abrir minha porta, então apenas esperei. Estava adorando o fato dele ser tão romântico assim. Quando a porta foi aberta, ele esticou sua mão para mim, eu a peguei e saí do carro. O sorriso estava sendo insistente e não saía do meu rosto.

— Zabdiel? — Chamei enquanto atravessávamos a rua em direção ao shopping — Longe de mim questionar, mas...

— Sim, aqui é o lugar — Ele respondeu sem ao menos eu terminar a pergunta. Balancei a cabeça e deixei que ele nos guiasse.

A porta de entrada estava aberta. Zabdiel apenas a empurrou e alguns passos depois estávamos caminhando por um shopping escuro e vazio. Ele tirou do bolso aquele cartão que tinha pego no carro e o encostou na frente de uma maquininha preta, que fez um barulho que me fez pular de susto.

— Nós estamos cometendo algum crime ou algo do tipo? Porque se sim, você tem mais a perder do que eu. — Disse apertando sua mão, fazendo com que ele olhasse para mim.

— Não, não estamos. E nós temos as mesmas coisas a perder. Você vai irritar sua família e eu vou...

— Perder dinheiro, ferrar com a banda, ficar conhecido na televisão como um ladrão que invadiu um shopping fechado.

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