E#5

95 15 125
                                    

  Acho que o Rocco gosta de fiscalizar a vida das pessoas que ele porventura prende, porque uma semana depois que nos vimos, ele aparece em meu  hotel!

— Joy?- Salete bate na porta da minha suíte.  

  Só ela tem permissão de vir até aqui,  não é que eu seja antipática ou coisa do gênero com os outros funcionários, mas é que não aguento os olhares de pena da equipe do hotel. 

  Salete e Ramon são os únicos que  parecem entender minha dor, na maior parte das vezes.

— O que quer, Salete? Estou ocupada- Não estou sendo brusca com ela, é só que estou trabalhando.  

  Estou lendo contratos fechados por  Ramon nos últimos 4 meses, contratos para melhorias, contratos para novos investimentos, contratos!

E Isso é bem legal pra ler!   

Só para deixar claro: fui explicitamente irônica agora.

Então Salete entra no quarto, mesmo eu dizendo estar ocupada.

— Bem, e que tem um rapaz ai...- Seus  olhos se iluminam.  

  Eu sei que Salete não tem filhos e me  tem como uma filha, então, acho que  ela está feliz por ver um cara vindo atrás de mim.

Boba, eu não namoro, tenho vontade de dizer!

— Ele disse quem é?- Pergunto, nem um pouco interessada.

— Rocco Torres.   

Franzo o cenho, quantos Rocco Torres existem nesta cidade?

  Mas se for o único Rocco Torres que conheço, então estou realmente muito  surpresa com essa visita.

— Obrigada, Salete, eu vou descer.  

  Ela continua com os olhos brilhando  em expectativa, mas eu a ignoro, porque sei o que esse olhar significa.

  Desço pelo elevador e dou de cara com  o espécime bonitão, que é  ainda mais  bonito sem a farda.

— Senhor Torres, a quem devo a honra desta sua ilustre visita?  

  Ele sorri, como um sedutor, e mesmo que eu não quisesse, caio direitinho no sorriso do conquistador.

— É um ótimo hotel, parabéns!

Dispenso seu elogio com a mão. Odeio  bajuladores!

— Sem rodeios, por favor.  

Ele mais uma vez sorri. Quanta simpatia!

— Estou na cidade há pouco tempo,  preciso de um  lugar para ficar.

Tenho vontade de dizer: e isso é problema meu? Mas contenho a língua.

— Que coisa!

— É sério!- Se justifica— Minha família mora em outro estado, fui  transferido para a DP deste distrito a pouco tempo.
Suspiro.

— Então você quer um quarto no meu hotel- Deduzo.

— Exatamente!- Diz— Não estou em  condições de alugar um apartamento  perto do trabalho, não no momento.

Eu o encaro, séria.

— Você poderia ter falado com um dos  funcionários, quanto a isso.

— Mas eu queria ser atentido pela proprietária, é pedir de mais?  

Sorrio. E olha que é difícil eu sorrir tão espontaneamente!

— Bem, temos três tipos de instalações neste hotel.  

  Atendemos qualquer cliente aqui, meus  pais não gostavam de restringir o hotel  apenas para uma parte da sociedade  (os  ricos  e milionários), eles gostavam  de ver pessoas simples ocupando cada quarto do seu empreendimento.

  E lembrar disso me dá um aperto no  coração, mas tento ignorar o mais rápido possível.

— Bem, pagarei pelo o mais acessível  para mim.

— Okay!- Digo— Me acompanhe, posso  eu mesma fazer seu check-in.  

  Eu me mantive afastada do hotel por um bom tempo, mas tem um gerente que  mantém as coisas em ordem para mim.

  Só que Ramon me aconselha, que vez  ou outra, eu  esteja por dentro de tudo,  para os empregados verem que o olho do dono está presente em  tudo.  

  Rocco me segue e eu o instalo em um  quarto de nível médio do hotel, é confortável, mas com pouca exuberância.

— Se me permiti agora, senhor Torres,  tenho trabalho a cumprir.

— É claro, eu vou me instalar- Ele  sorri— Nos vemos no jantar?

— Eu não janto com os hóspedes do hotel!

— É uma pena, iria adorar a companhia!  

  Sorrio, involuntariamente, porque a muito tempo alguém não diz o quão adorável é a minha companhia.

E é uma boa sensação!

Viro-me para ir embora e deixo-o parado em frente a porta do quarto.

///////////////

Tô sumida?
Tô!
😊

Mas prometo tentar postar mais capítulos
🙅‍♀️

Beijos ( e não são meus, são do Rocco hehehe)
♥️

EnigmáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora