E#18

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  Acordei essencialmente tarde na manhã seguinte, meu corpo "grita" de cansaço, mas minha mente está relaxada como nunca antes, me sinto uns 6 anos mais jovem, sem preocupação, responsabilidade, e sem o peso do luto em mim.

— Joy?- Ouço uma batida em minha suíte.

É a Salete de certeza!

  Rocco saiu cedo para o trabalho, mas fez questão de me acordar para beijar-me antes de ir embora.

— Entra, Salete!- Grito, ainda deitada.  

Ela entra empurrando o carrinho com o  meu café da manhã.

— Bom dia, pequeno botão de flor, você  não desceu, então vim ver se não  estava doente.  

Sorrio para ela.

  É claro que não estou doente, mulher,  só transei a noite toda e perdi o horário, penso em dizer!

Porém contenho-me.

— Eu estou bem, só dormi de mais- Resumo.

De repente olho para o meu corpo e noto  que estou vestindo a camisa do Rocco.

Salete logo vai ligar os pontos!

— O menino Rocco dormiu aqui?- Ela  pergunta como quem não quer nada.

— Humrum- Digo.

Faço careta quando ela abre as cortinas da suíte.

— Você não me disse que eram amigos.

Dou risada.

E dai?

Amigos também transam, mulher!

— Tudo bem, Salete, você me pegou!

Ela sorri, me encarando.

— Confio nele, Joy!

Apoio-me sobre o braço esquerdo.

— Tudo isso é por que ele é policial?

Ela nega com a cabeça.

— Não, porque ele tem uma áurea bonita.

Franzo o cenho.

  Não vou nem discutir o papo de áurea com Salete, vou acabar acreditando e saindo por ai consultando áureas alheias.

— Interessante!- É tudo que me limito a dizer.

— Não deboche, menina, esse Rocco  ainda vai mudar muito a sua vida.  

Me arrepio com as  palavras de Salete rapidamente.

— Está profetizando?  

Ela balança a cabeça, em negativa.

— Eu não!- Ela ri— Só digo o que vejo.

Retruco baixinho e logo pulo da cama para ir ao banheiro.

Que mania essa de dizer coisas que mexem comigo esse povo tem, viu?

— Ah, Joy, o Ramon está ai, veio vê-la para resolverem alguma pendência que necessita de sua assinatura, é coisa do  hotel.

Assinto.

— Ele está aqui há muito tempo?

— Cerca de uns 30 minutos- Ela põe açúcar em meu café— Falei que  você estava exausta por conta do trabalho com o hotel.

— Obrigada, Salete, você é demais!- Grito acima do barulho do eco do banheiro.

— De nada, agora tome seu café com  calma e só depois vá falar com ele, deixei biscoitos no escritório para o Ramon.

Que fofa, mas o Ramon nem merece!

— Além disso, não quero que fique sem comer, saco vazio não se põe em pé!

— Okay- Repondo ainda do banheiro.  

O que seria de mim sem Salete, hein?  Ela é a minha grande heroína!

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Foi capítulo pequeno, mas logo trago um maior
😉

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