E#19

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  Ramon tomou todo o meu tempo durante a manhã, então, a tarde foi exclusiva para fiscalizar o hotel, e quando termino de trabalhar, são cerca de 7hs da noite. 

  É quando meu celular vibra sem cessar, como estou terminando de organizar o escritório, decido fazer uma pausa e atender a ligação. 

É Jolie!

— Oi, amiga- Falo, toda animada.  

Ouço uma fungada profunda do outro  lado da linha e logo me preocupo.

Jolie não é dessas que choram à toa!

— Jolie? O que aconteceu?  

  Meu corpo se arrepia pensando no pior, tenho medo de perder, mais uma vez, uma pessoa tão próxima.

— Jolie?

— Oi- A voz embargada perdura.

— O que aconteceu?

Ela funga do outro lado da linha, antes de dizer:

— Perdi tudo, Joy, meu trabalho, a casa onde morava... 

  Suspiro alto, ela tinha me contado por alto a péssima relação dela com os irmãos adotivos. Eles foram contra a decisão de adotá-la.

É, no mundo ainda se tem gente desse tipo!

  Por mais que Jolie não suporte seu  emprego, e o modo como vive, é como  ela sustenta a si mesma, é a sua única renda do momento.

— Oh, merda!- Explano comovida.

— Nem me fale.

  Mesmo sabendo por cima o que acontece em sua família adotiva, resolvo perguntar:

— Me conta o que aconteceu.

— Bem, você sabe que a família toda da Margarida foi contra a decisão de me adotar, eu já era muito grande, ela já tinha outros filhos.

Bem, isso eu já sei!

— As coisas estavam difíceis já, daí uma madame enjoada fez minha caveira para Margarida, ela disse não ter gostado da espera, mas eu estava atendendo outra cliente oras, não tinha como ser duas no momento!

Esse povinho enjoado e rico não sabe ter limites!

Reviro os olhos com minha constatação.

— O resto do bolo se culminou no que já sabes: eu sem trabalho e sem lugar pra ficar!

— Eu posso te ajudar, Jolie, posso te  arranjar um emprego, um lugar para ficar, até posso emprestar grana, se quiser.

  Meus pais me deixaram muito bem assistida, tenho dinheiro suficiente para me manter e considerando que não gasto tanto assim, a grana tá intacta!

Ela funga do outro lado.

— Aquela renda era como eu me  sustentava, sabe?- Diz— Mas não é só  isso, eu fui chutada da família como  lixo, a Margarida nem sequer prestou-me assistência.

Muito babaca da parte dela!

— Sinto muito por isso, sei que os considerava família, mas tu não está sozinha, tem a mim, tá?- Encorajo ela— E você era muito  para aquela loja, para àquela família- Digo com sinceridade— Você é demais, Jolie, é talentosa e divertida, não tem que se preocupar com aqueles imbecis, aliás, não se preocupa com nada, eu vou te ajudar!

— Obrigada, Joy, eu estava desesperada por desabafar com  alguém e pensei logo em você.

Eu logo fico feliz por ela confiar em mim.

— Pode contar comigo, amiga, para o  que for, tudo que estiver ao meu  alcance farei para ajudar-lhe.

— Você não existe!- Ela diz, exultante.

Dou risada.

— Não, é? E quem é a dona dos hotéis  mais requisitados deste país, então?

Tiro uma gargalhada dela.

— Que convencida você!

— Não, não, sou bem é realista.

— Okay, senhora realista, lhe sou grata pela ajuda- Ela fala— Mas mudando bruscamente de assunto: e o crush  fardado?

Solto um suspiro longo.

— Com esse suspiro eu posso tirar duas  conclusões: ou vocês transaram ou  brigaram feio- Ela analisa— Mas eu não acho que seja a segunda opção.

Dou risada.

— Foi uma trepada daquelas!

Jolie ri e depois grita tão alto que tenho de tirar o celular do ouvido.

— Quantos centímetros?

Não acredito que ela perguntou isso!

— Aprende uma coisa, amiga, o importante não é o tamanho, o importante é trabalhar.

Ela solta outro grito.

— Rocco tem o pinto pequeno, né?

Gargalho alto.

— Se fode, Jolie, não vou contar o tamanho do pau do meu homem!

— Seu homem, é? Que coisa!

Prendo o lábio inferior e penso sobre o que disse.

— Quer Sinceridade, amiga?- Ela não responde— Eu gosto mais da Jolie  melancólica- Brinco.

— Não me venha com essa agora, você começa as coisas e não termina- Jolie se defende— E você prometeu me  ajudar, não tenho porquê ficar  melancólica mais.

— Claro!

— E então, amiga?  

Prendo o riso.

— Então o quê, maluca?

— O pau do Rocco, Joy, qual o tamanho- Esbraveja— E não se faça de rogada, eu tenho certeza de que você reparou.

Solto uma risada. Que cadela!

  Então passo a hora seguinte narrando,  com riquezas de detalhe, o tamanho do pau do Rocco.

Só que não!

  Na verdade eu só conto sobre a noite  sublime que tive ao lado do Rocco. Jolie suspira todo o tempo do outro lado da linha.

  Depois insistiu que ela deve conhecê-lo logo, alegou ser o papel de uma amiga avaliar a mercadoria ao qual a outra amiga está usufruindo.  

Sei!

  Ela só quer mesmo é confirmar se o  que eu disse sobre o pacote do Rocco é  verdade.

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Ah, Joy é uma amigona!
😍

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