E#32

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  Uma fresta de luz está entrando dentro do quarto, e ela incomoda, assim como o braço pesado em meu estômago, não sei como dormimos assim: um por cima do outro.

  Mas isso se deve ao cansaço depois das três rodadas de sexo, a gente só aguentou sorrir e cair pro lado, mais nada.

Gemo, manhosa, quando a luz Insiste em tocar meus olhos.

— Rocco- Murmuro sem abrir os olhos.

— Hum- Murmura de volta.

— Fecha a janela, vai.

  Eu nunca fui muito fã de acordar cedo, e depois de ontem, não aguento nem abrir os olhos, e considerando que ficamos acordados boa parte da madrugada.

Consigo pegar o travesseiro e colocar na cara.

— Que horas são?- Eu o ouço perguntar.

— Não faço ideia!

Eu não ligo para que horas são, só quero dormir!

  Sinto um corpo pesado em cima de mim e logo meu travesseiro é arremessado longe.

— Rocco, me deixa dormir.

Eu sei que estou implorando, mas não ligo, só quero dormir mais.

— Não, você tem de acordar!

Puxo o travesseiro de volta.

— Não!

— Eu esqueci de te contar uma coisa...- Ele fala com a sua voz rouca do sono e beija minha boca.

  Estou com o olhos fechados, sentindo o sol batendo agora diretamente em meu rosto.

— E o que é?

  Rocco não tem tempo para responder, pois ouvimos algumas batidas na porta.

— Rocco, querido, é a mamãe!- Uma voz soa.

Arregalo os olhos.

— E o papai!- Outra voz diz.

Acho que vou pirar!

— E as trigêmeas, maninho!- Vozes juntas falam.

Encaro Rocco, sem saber o que fazer, dizer, ou sentir.

— Surpresa!- Diz— Eles são legais, prometo!

  O problema não é eles serem legais, é eu está conhecendo a família do meu namorado com pouquíssimo tempo de namoro.

Empurro Rocco de cima de mim.

— Rocco, é a sua família mesmo?- Pergunto sussurrando.

Ele ri, nervoso.

— São eles!- Ele sussurra de volta— Enrolei o quanto deu, mas a minha família tinha curiosidade para saber onde eu moro.

Sento na cama, estou nervosa, muito nervosa.

— Mas a gente tem pouquíssimo tempo junto- Sussurro.

— E daí?- Rocco sorri ao sussurrar de volta— Espera... Por que estamos sussurrando mesmo?

Solto um risinho baixo.

— Eu não sei!- Digo, ainda sussurrando.

Rocco se aproxima e beija minha clavícula.

— Joy, eles são legais, doidos, mas legais.

Beijo seu pecoço em retribuição.

— Eu estou nervosa.

EnigmáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora