Capítulo 7 - Jovem rebelde

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Nina

Olho novamente para o celular e leio a última mensagem que Caio me enviou, mordo meu lábio inferior. Será que ele queria me ver?! Depois do nosso momento em frente ao hospital nunca mais nos vimos pessoalmente, mas nem por isso deixamos de nos falar, era incrível como tudo estava acontecendo, fluindo....

As nossas conversas eram sobre tudo e nada ao mesmo tempo, eu percebia, a cada ligação que ele me fazia, o quanto queria me conhecer e saber como foi meu dia, se importava e queria estar incluído nele.

Eu nunca iniciava uma conversa, ainda tinha minha insegurança, mas confesso que as vezes pegava o celular de minuto em minuto só pra ver se ele mandava pelo menos um "Oi", não por insegurança e sim por sentir falta de nossas conversas.

Isso estava sendo novo pra mim e me deixando com um sorriso bobo no rosto o dia inteiro. Antônio e Mariana que repararam na minha mudança de humor e ficavam me azucrinando querendo saber o que tinha acontecido de tão espetacular, mas não dava nenhum detalhe apenas sorria e ia para minha sala.

Duda todos os dias me trazia uma "fore", como ela dizia, e se gabava pelos cantos da escolinha que depois que me deu uma flor eu comecei a sorrir mais. Prometeu que traria todos os dias uma flor diferente para o meu sorriso não ir embora, por que com o sorriso no rosto eu ficava mais bonita. Ela era uma princesinha e me ganhava todos os dias um pouquinho.

- Ei!!! - Mari estala o dedo em frente ao meu rosto. - Tá sonhando acordada de novo?! - ela se senta ao meu lado e coloca a vasilha de pipoca entre nós.

– Doida! Lógico que não...

– Sei, sei... Amiga, que eu saiba ele é médico ortopedista, não cardiologista... Assim você dificulta para o rapaz!

– Hum? O que você quis dizer? - pergunto, pegando um pouco de pipoca e enfiando tudo de uma vez na boca.

– Que ele cuida de ossos e não de coração. - ela diz e dá de ombros. - Você está parecendo uma adolescente com esse celular na mão. Me dá isso aqui... - ela tenta pegar meu celular, mas sou mais rápida que ela e levanto.

– Ei, ei.. - eu grito. - Sai pra lá, e para de gracinha... Ele não vai cuidar de nada em mim... Eu hein! Ele é só um amigo!

– Seus amigos também te beijam?

– Aquilo nem foi um beijo, foi só um selinho. - rolo meus olhos pra cima, fazendo uma careta. - Agora vou só responder o que ele me perguntou e colocar o celular pra carregar... - digo me virando.

– Até que enfim a noite das meninas vai começar.. - ouço ela reclamar, enquanto abro a porta do meu quarto. Sorrio.

Tinha dado alguns detalhes do Caio para ela, que claro ficou doida para conhecê-lo, mas pedi descrição e assim o assunto morreu.

Como ainda era quinta-feira pedi pra minha amiga vir pra minha casa, normalmente fazíamos isso de sexta depois do cinema, mas hoje estava me sentindo tão sozinha de amiga que antecipei a nossa noite de meninas e deixei o TCC de lado, mesmo que fosse por 3 dias. Eu iria me arrepender? Com certeza, mas eu não teria companhia melhor do que a dela.

Na cidade em que ela morava não teve oportunidade de estágio, só achou aqui. O que fazia ela ter que viajar todos dias pra vir fazer estágio, isso é quando eu não a chamava pra ficar em casa, o que facilitava um pouco mais pra ela!

Mas, isso era bom, do contrário não teríamos nos conhecido, sua amizade e companhia foi e é muito importante pra mim, suas travessuras e alegrias me lembravam que ainda sou jovem.

Ela foi um grande presente da vida pra mim, e eu seria eternamente grata ao universo por ter me colocado em sua vida e ela ter me aceitado desse meu jeito estranho de ser, sem reclamar ou querer me mudar. Éramos muito amigas e saiba que poderia contar com ela pra tudo, assim como ela comigo.

Onde foi que me perdi? [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora