Capítulo 13 - O melhor?

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Caio

Tinha conseguido acalmar a paciente, ela só precisava ser ouvida com atenção, estava muito assustada. Mas, meu humor não ajudava muito, estava puto, não queria ter terminado minha sexta-feira daquela maneira.

Nina aparecendo no hospital foi perfeito, sua presença lá em casa também, até seu olhar de desejo para mim foi bom, menos quando ela começou a tossir. O que foi um pouco engraçado apesar de ter me assustado.

Todas as mulheres com quem sai, praticamente se jogavam em cima de mim e esse joguinho de gato e rato era novo para mim, suas reações me pegava de surpresa. Mas, ficava feliz em em perceber seus sinais, ela também me queria, mas era melhor eu não provocar muito.

Dentro do elevador, mandei uma mensagem para Nina. Já era quase meia-noite, não sabia se ia me responder.

"Acordada?"

O elevador para no terceiro andar e Orelha entra, estava visivelmente exausto.

– Caio me desculpa, mas você entende que não podia adiar essa cirurgia. – Ele diz me encarando. Sabia que ele não deixaria um paciente esperando sua cirurgia apenas para consolar outra paciente que nem sua era, não mancharia sua reputação por nada! Um dia eu também fui assim, compreendia Orelha, mas ainda estava puto por ter que deixar Nina apenas para isso.

– Tudo bem, Orelha. - Digo, estava cansado daquele hospital, o que era uma novidade para mim. Efeito Nina, aposto. Mamãe ficaria feliz quando soubesse que já consigo delegar algumas coisas. - Como foi a artroplastia?

– Sucesso meu amigo! Retirei o osso e cartilagem lesionada e substitui por componentes protéticos. Amigo, ficou show! – Orelha responde todo entusiasmado.

– Eu sei o que é uma artroplastia, Orelha. – Sorrio para ele. Esse procedimento era o meu preferido, era um "transplante de quadril", devolvendo a qualidade de vida, aliviando a dor e restabelecendo os movimentos das articulações.

– Desculpas, mas eu adoro essa cirurgia, adoro o que faço cara! Mas me conta, atrapalhei muito?

Eu ia responder, mas a porta do elevador abriu e a Vanessa entrou, inspiro fundo. Eu só queria ir para casa e descansar para viagem de amanhã.

– Ora, ora, os doutores mais bonitos do hospital! Que sorte a minha. - Olho para Orelha que segura uma risada de deboche. – Quais os planos para o feriado garotos?

– Trabalhar, já que nosso chefinho estará fora.

Olho com toda raiva para Orelha. Devia começar chamá-lo de linguarudo. Caralho, não quero que Vanessa saiba meus passos.

– Fora? Onde? Com quem?

– Fora da cidade! Isso basta para você. – A porta do elevador abre no estacionamento e já vou saindo, sem paciência para Vanessa. – Tchau para vocês.

*

Chego em casa e olho para sala, parecia tudo tão vazio sem a presença de Nina ali, pego o celular e vejo uma mensagem dela.

"Sim... Tudo bem por aí? Fiquei preocupada."

Me jogo no sofá e respondo.

"Tudo bem, obrigado pela preocupação!"

"O que aconteceu?"

"A paciente só precisava de atenção, alguns procedimentos médicos a assustaram..."

Tranquilizo a Nina, explicando o que havia acontecido e o que eu pude fazer para aquela situação, queria inclui-lá em minha vida, nunca fui de me explicar mais com ela sentia a necessidade. Não queria que ficasse preocupada ou se sentido culpada, até por que não havia com o que se sentir culpada, há situações que não cabe somente a mim resolver.

Onde foi que me perdi? [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora