Capítulo 24 - Insegurança

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Nina

A festa estava parecendo um conto de fadas. Nem acreditei quando minha música favorita tocou e pude dançar com Caio.

Agora danço com seu mentor e amigo Heitor. Ele é um homem educado e animado. É impossível não se encantar por ele.

- Obrigado! – ele sorri para mim.

- Pelo o quê? – Não sabia do que ele estava falando.

- Por entrar na vida de Caio. Eu já estava imaginando que ele teria uma vida como a minha. E isso não é bom. – Percebo uma dor em seu olhar.

- O senhor é cheio de saúde. É um grande médico, pelo que Caio me falou. Que tristeza é essa?

- Ah, Nina! Eu me dediquei demais para medicina e deixei de lado minha vida. Sacrifiquei meu casamento. Optei por não ter filhos, para não prejudicar minhas viagens e acabei sozinho. Minha esposa adoeceu e mesmo com anos de estudos não pude salva-la. Se não fosse por Caio eu seria uma pessoa solitária.

- Sinto muito... – Não dava para imaginar que o senhor simpático, em minha frente, tenha sofrido tanto.

- Não sinta, menina. Eu fiz uma escolha e estou arcando com ela. Caio estava indo para o mesmo caminho, mas você apareceu como um raio de luz. Obrigado por salvar nosso garoto. Ele é o filho que eu nunca tive.

- Não fiz nada... Na verdade, ele me salvou da concha que eu estava. Olha eu aqui me abrindo com o senhor. O senhor tem poderes, hein. Eu não falo da minha vida com praticamente ninguém.

Sorrimos um para o outro. De fato era fácil me abrir com ele. Ele era a mistura de Nabia e meu pai. Me sentia segura com ele.

A música acabou e continuamos dançando. Ele me contou sobre como conheceu Caio, um jovem determinado que queria salvar vidas. Me contou as aventuras dos dois, das vezes que praticamente roubavam os pacientes de outros médicos apenas para que Caio auxiliasse em novas cirurgias.

Nossa conversa fluía e já estávamos a três canções dançando. Ele quis saber de mim, as aulas na escola e o yoga, sobre a Itália... Ficou entusiasmado com Olaf e se convidou para conhece-lo. Estar com Heitor era divertido e leve. Mais um amigo que a vida me deu.

Enquanto conversávamos e dançávamos procurei por Caio e o vi abraçando a Vanessa no bar. Uma pulguinha se instalou atrás da minha orelha e fiquei em alerta. Ele me viu também e sorriu.
Eu não posso ter ciúmes de seu passado, mesmo que ele esteja bem presente. Eu já vi como ele tratava ela e como ela era intrometida. Não precisava me preocupar com ela, eu acho... Sorri de volta. Não há de ser nada.

Continuei a conversa com meu novo amigo e a música começou a ficar animada.

- Esse som eu não consigo acompanhar. Vou me sentar, querida. Divirta-se... – Sr Heitor beija meu rosto e vai em direção a mesa.

Vejo Caio rodeado de pessoas, ele é o centro das atenções. Seu rosto demonstra uma alegria impar. Certamente esta falando sobre o hospital.

Vou até o garçom e pego uma taça de champanhe. Fico sentindo a música em um canto da pista de dança. Esta em uma sequência gostosa de sertanejo.

Ao meu lado tem uma pilastra espelhada, olho para meu reflexo e fico feliz pelo que vejo. Meu vestido é dourado com uma fenda que sobe praticamente até meu quadril, como os tecidos são sobrepostos, acaba fazendo uma brincadeira de mostrar e não mostrar. Deve ser por isso que Caio ficou imaginando coisas. O drapeado do busto, deixa meus seios volumoso e marcados.

Meu cabelo esta liso até a metade e com cachos soltos nas pontas. A maquiagem apenas ressalta meus olhos e marca minha boca com um batom vermelho sangue. Mari tinha razão, esse vestido merecia uma mulher fatal.
Estou 15 centímetros mais alta graças a sandália salto agulha. Ela tem só uma tira em cima de meus dedos e outra prendendo meu tornozelo. É delicada e linda. Realmente estou gata e provocante. Sorrio ainda mais para meu reflexo.

Onde foi que me perdi? [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora